sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Turtle

E se eu não fosse obrigado a escrever sobre minhas melhoras? E a reconciliação das pioras com as melhoras?

Provavelmente daria meu pitaco sobre as mudanças no governo Dilma na área econômica, atendendo a interesses do capital especulativo.

Ou falaria da imensa democracia interna norte-americana capaz de mobilizar uma nação inteira em prol de direitos civis, como foi o caso do não indiciamento do pólicial que matou um negro.

Discorreria sobre amenidades, como os benefícios da beterraba desde a imunidade até áreas cardiovasculares.

Ou replicaria o texto do Drauzio Varela dando um contraponto aos transgênicos, que podem salvar vidas.

Também aqui seria um fórum para debater a imperiosidade dos smartphones nas vidas das pessoas de classe média, minando contratos sociais anteriormente estabelecidos.

Falaria da importância do Direito e da educação em Direito para a emancipação de um indivíduo, e o quanto isso pode mudar a minha percepção de que eu quero/não quero fazer Direito.

Talvez falasse dos aprendizados diários dados pela minha nova família, como o da Vanessa que disse que eu fico mais bonito sorrindo. Passei a sorrir desde então.

Whoops, falei da minha melhora. Mas ela é inevitável, até mesmo entremeada com assuntos banais, com assuntos sérios. Estou saindo da casca da tartaruga.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Smooth

Suavizando a rotina.

Faço esforço hercúleo pra realizar as tarefas. Mas Hércules e seus 12 trabalhos tinha razão para fazer força. Eu não tenho.

Estratégia, técnica. E suavidade na maior parte do tempo. Gastar força só quando for necessário.

Acreditar no processo. Acreditar no processo. Curtir o processo. E, depois de chegar o fim, até dar saudade do processo.

Eu tenho por costume me livrar dos processos. Tinha, pra dizer a verdaade.

É que reconhecer que estou mudando é custoso.

Mais fácil dizer que ainda não está bom do que aproveitar o que já está bom.

E tem o noivado, tem o Lúcio, tem outras coisas querendo se fixar, como a música, o triatlo.

Não posso sofrer querendo ficar expert em tudo, em nadar 2km de cara, em correr 10km de cara, em pedalar 100km na primeira vez.

Querer tudo pronto. Pra quê? Qual a graça da brincadeira quando ela termina?

Despertar o sentimento de artífice pelo artifício, não apenas pelo resultado.

Ler, reler, acreditar no que está escrito, até apagar, reescrever, deixar fluir as palavras, não se prender a conceitos anteriores, não se preocupar com o olhar crítico de um virtual leitor...

Comer bem, cantar com paixão, trabalhar como se dependesse do resultado do trabalho, cuidar da família, não ser ranzinza, entregar-se.

E entregar-se sem medo. Com fé.

Com suavidade, para cansar-se nos momentos mais adequados. E naqueles que a vida se encarregar de pedir pra tirar força de onde não tenho ou supunha que não tinha.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Existe

Pode ser fantasia, pode ser um Deus, pode ser ilusão, pode ser realidade.


O fato é que há a existência e, para aqueles que possuem virtudes, os processos deslancham.

A sintonia do ser com o Universo, a Eudaimonia, parece que existe. Parece.

Do Sócrates fico com o só sei que nada sei.

O otimismo cresce. Mas ainda há uma resistência gigante a encarar o que está na frente  e criar caminhos imaginários complexos pra realizar coisas simples.

Muita ansiedade para processos que se auto resolvem.

Mas o Universo sempre dá uma resposta, grande parte das vezes contrária à idealizações.

A resiliência está no fato em aceitar as coisas como elas vem e tentar modificar somente o que for possível. O sofrimento causado pela tentativa de evitar o sofrimento inevitável adoece.

São juros compostos cobrados por um banco ganancioso que lhe retira seu bem mais precioso. Tempo de vida.

Deus, orixás, vidas passadas, espíritos, nunca vou saber ao certo. Mas algo existe. O sofrimento existe.

O bem existe. A capacidade de suportar o sofrimento e valorizar os momentos bons existe. E de suportar o tédio. E de se responsabilizar, de pagar os danos em vez de terceirizá-los e viver apenas nas superfícies dos encontros.

Mergulho. Com tubarões, sereias, corais, oxigênio restrito. Sim, o oxigênio restrito simboliza a finitude. Todo mergulho tem seu fim.

Toda existência tem fim. Por isso, urge a economia da vida.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Motivação, fé e esperança

A fé que não é religiosa é uma convicção de que um resultado será alcançado, satisfazendo-se determinadas ocasiões. Para mim, esperança é a palavra não-religiosa que traduz o mesmo sentimento, ou, ainda, é o sentimento cujo ingrediente indispensável é a fé. Sem fé, um indivíduo é incapaz de se sentir esperançoso. São indissociáveis ou sinônimos.

Esperança me remete muito à inação. Fé me remete a certeza. Pode ser culpa da palavra esperar que me remeta a inação. E fé cega parece ser muitas vezes pleonasmo, afinal, do que se pode ter certeza? Alguns dizem que nem da morte, daqui há uns cinquenta anos.

E onde a motivação entraria nisso tudo? Ela é imprescindível, sem ela não adianta ter fé nem esperança. É como querer ganhar na loteria sem ter apostado o bilhete.

Motivação é a diferença entre levantar cedo, arrumar a cama, trabalhar, nadar, estudar inglês, fazer amizades, ou ficar deitado à espera de um Deus que não vem.

Ele só virá se invocado, e invocar é mais do que um simples ato de fé. É um ato conjunto de fé, esperança e motivação para que as mudanças ocorram.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Pedaladas

Como faz bem pedalar. Além de fazer exercício físico, estar na orla do Guaíba vendo gente bonita correndo e pedalando, vendo o próprio Guaíba, o Estádio Beira-rio, a superação de limites, tudo isso tem que ser comemorado. Espero muito mesmo que essa tendência a fazer esporte cresça, e que os meus 100kg cheguem em questão de alguns meses.

Falar o óbvio também é importante, a mobilidade  urbana ganha muito com mais ciclistas. O monóxido de carbono diminui. O meu coração agradece. A minha beleza agradece. As pessoas que me querem bem se motivarão ao me ver atingindo meus objetivos.

Não consegui fazer Direito esse semestre, mas tudo o que já foi feito, refeito, desfeito, nada perfeito, mas sim possível.

Ainda que eu queira às vezes o impossível. Mas isso se trabalha. A fruição do momento está bem melhor. Atrualmente estou atucanado com a avaliação do estágio probatório, nada que eu devesse mudar meu comportamento frente ao trabalho ou torná-lo mais maçante, afinal eu ainda tenho 16 meses a serem cumpridos, e meu comportamento deverá ser igual durante cada um desses dias.

O cotidiano está mais leve, as coisas lá dentro de casa eu quero que mudem com muita pressa, mas tenho que respeitar o tempo da Vanessa e, princippalmente, o meu tempo...


Somos lentos, precisamos nos ambientar com as coisas devagar. Eu tenho presa e não sei para que funciona essa minha pressa. Eu não consigo ter lazer, aliás, tenho momentos de desfrute do tempo, mas ainda há prevalência de tensão em muitos dos momentos, embora a tensão tenha diminuído.

Eu consigo ser uma pessoa diferente, diria até que melhor do que já fui até hoje. E com sede de melhorar, coisa que sempre tive. A famosa sede de potência de Nietzsche.

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Acontecerá a partir de hoje o evento das escolas do legislativo na CMPA. Amanhã preciso trabalhar normalmente, aguentar tranquilamente as demandas como se fosse um dia normal de trabalho. E é.

Devorar

Não é fome, não é ansiedade... Sinto uma vontade de devorar alguma coisa, e não é deglutir. De novo, quando se remete para "algo", se remete ao ideal, quando n~´ao se consegue nomear. Tipo: se eu tivesse esse algo pra devorar agora. E se esquiva de viver o presente, E se dá sintomas de ansiedade. Estou felicíssimo com novos dois colegas, com a minha recente repactuação com as minhas dívidas e preenchimento de alguns jeitos de viver novos e mais otimistas.

Guilherme Dutra falou agora da minha memória. Realmente, tenho uma memória boa. E devo usufrui-la com "algo".

Enquanto não há algo, há trabalho, há pedaladas, há vontade de potência.

E pego apenas isso de Nietzsche. Deixo o superhomem, a imoralidade, o anticristo com ele. Vou viver minha própria filosofia a partir também de outros filósofos.

É como permitir um Romero Britto na sala mesmo sabendo que ele não representa inovação na Arte, aliás, representa justamente pela não-inovação.

Reconhecer que os momentos da vida frugais e fugazes são os que mais preenchem, que são os que completam muito mais do que os de êxtase, que são os possíveis a maior parte do tempo. E são bons. Devo aumentar o elástico, a resiliência, a capacidade de estar bem quando nem tudo assim vai tão bem. E isso significa estar bem a maior parte do tempo.

Eu não conseguia comover as pessoas com meus dramas porque boa parte das minhas angústias não eram fundadas em elementos reais, ou melhor, eram argumentos de sabotagem. Psicólogos são solidários à sabotagem. A sociedade civil (des)organizada não é obrigada a entender os meandros de um p´sicótico que se sabota para ganhar alguns vinténs de atenção.

Se consegue atenção por muito tempo, de alguns. De muitos, por poucos tempo. Assim, meus dramas supostamente existenciais e de angústias inomináveis eram com meandros de mobilizar as pe4ssoas pela minha suposta impotência.

Eu queria tudo. A diferença, agora, é que além de otimista eu sou realista. Sei que não posso desejar tudo, atenção integral, que preciso trabalhar, que preciso de terapia....

E que muitos dos assuntos aqui repetidos vão ganhando novas formas, porque repetir e elaborar é um desafio constante. Claro que falo isso meio ressentido, pois odeio não diversificar assuntos, mas isso depende úninca e exclusivamente de mim.