quarta-feira, 28 de maio de 2014

Paul Walker is dead

Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar e nem perder a hora

Tell me where is the road
I can call my own


Recebi uma multa hoje. Um quilômetro por hora a mais da tolerância. Um. De quem deve-se ter raiva? Da fúria arrecadatória do governo?

Preferi começar a pensar em desacelerar minha vida.

Tenho a impressão de que se eu não executo uma ideia logo entram outras no lugar e o pensamento fica em loop, não deixando espaço para a ação. 

Recorrentemente digo que o fermento do bolo só funciona se tiver um ingrediente essencial: tempo.

E sinto que devo seguir os conselhos de um amigo: quando não se sabe o que fazer, não faça nada.

Alguma coisa tá errada aqui, agora. Contudo, para seguir a estrada que possa chamar de minha, não adianta pegar um Porsche, acelerar o máximo pra chegar lá.

Posso bater num poste como o Paul bateu.

Ou levar a vida numa boa. Deixar estar, como diria o outro Paul.

Abracadabra

Me propus um jejum de mágicas. Melhor dizendo, de ilusões.

Me considero um semi-ateu, pois volta e meia tento acreditar que exista algo divino. E sempre bato com a cabeça na parede.

Aquelas perguntas básicas de um ateu: um carro parado foi atropelado por um ônibus e o motorista morreu. Onde Deus estava?

Mas não é só isso. É no que, se existe algo superior, supremo, ajudaria se eu pedisse ajuda. Rezar, pra mim, reconforta, mas é uma ilusão que dura pouco tempo, a realidade sempre vence. E, se não vence, a fantasia de ter dado algo certo apenas por causa dos meus pedidos mais tarde acaba sendo vencida pelo próximo choque de realidade.

A realidade quase sempre vence.

Só não vence nas artes.

Vou tentar parar de procurar auxílio externo, ao menos em lugares que nada tem a me oferecer. Vou me centrar em mim. Papo antigo mas um dia cola. Está colando. Devagar.

Estou sendo meu amigo. Sem pressa, abrindo as portas com meu próprio esforço - sem abracadabra.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

velocidade

Nasci na profissão errada. Deveria estar nas pistas. Digitar rápido, outras coisas inenarráveis também rápido... Escrever só foi possível depois que o computador adentrou minha vida, para poder seguir o fluxo do pensamento.

Não tenho o mínimo de paciência. Bati minha moto queria um carro, em vez de juntar dinheiro recorri a empréstimos para poder dar de entrada. Fora o valor do financiamento.

Conheço uma menina e tenho pressa, normalmente fico atônito quando as coisas não descambam pra um apaixonamento imediato. Caso contrário, o processo "normal" de conhecimento fica tedioso.

Tédio me mata.

Trabalho bovino é um saco.

Não tenho saco pra lenga-lenga. Término de relacionamento também não sou muito afeito a longas explicações. Vamos direto pro que interessa.

O nível de aceleração de pensamento é visível quando a qualidade do meu texto é mais duvidosa.

Não gosto de voltar atrás, refazer, limpar o estrago, pra mim novidade é a palavra.

Se bem que com pessoas as coisas são diferentes. Aposto até demais em quem não deveria. Ou apostava, parece que estou mudando, a recente "onda" de pessoas com as quais eu fiquei simboliza uma tentativa de estabelecer um novo padrão frente a um paradigma de insistir no erro.

Yes, she comes again in my stories....

E, apressado, tenho a expectativa de restabelecer os textos perdidos no projeto de escrever um texto por dia pra fechar 365 textos em um ano.

OPA!! "Restabelecer" e "pressa"se deram as mãos??

Rá!

Reinvenção do cotidiano

Domingo pra segunda-feira costuma ser um dia crítico. Eu costumo passar essa transição insone. O outro dia de ressaca, óbvio.

Eterno retorno... Me pergunto se teria valido a pena passar tanto tempo sem produzir nada do meu gosto, e penso se, caso fosse necessário repetir a semana infinitas vezes, como no filme do Bill Murray no qual o tempo congela em 24h, eu iria querer.

A resposta até o momento é não, e porque eu ainda não tenho desenvolvida a ideia do todo.

Minhas progressões podem ser lentas, podem ser inadequadas, dissonantes, mas são minhas.

Preciso começar a dormir aos domingos pras segundas, sem hibernar a ponto de prejudicar a semana.

Preciso me dar conta de que as coisas podem não ser da velocidade que eu gostaria, mas que nem por isso elas estão deixando de andar.

Beijos, Cloud!


Hoje o dia não teve nascer do sol

Aeroporto Salgado Filho, terceiro andar, cinco e meia da manhã.

Não íamos decolar. Tomamos um café, o meu cortado, o dela, duplo.

Deu tudo certo. O primeiro beijo, inusitado. Depois o terceiro ou quarto roubado.

Quase tudo certo. O sol esqueceu de nascer. Há dez anos planejava ver o nascer do sol daquele local.

Hoje, tinha a companhia, tinha o friozinho, só sobraram as cumulo nimbus ou seja lá quais eram elas.

Elas sobraram. Mas não faltou carinho, conversa à toa, conversa séria, conversa engraçada.

Ganhei o dia. Desculpa, Garfield, I don't hate Mondays. At least once.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Música

Ela entrou sorrateira na minha vida, nem sei ao certo quando. Me lembro perfeitamente da "passarinho quer cantar", ou "dança dos pássaros", do Gugu Liberato.

Terminava a faixa do Long Play e eu instantaneamente começava a chorar pedindo para que repetisse. Meus pais tiveram muita influência no meu gosto. Por anos, ouvi muita música sertaneja porque era o pai que gostava.

Teve, um pouco mais crescidinho, Mara Maravilha, Xuxa, antes de entrar de cabeça e indefinidamente no Legião Urbana.

Depois dessa época de adolescente, meu gosto se restringiu a poucos grupos e cantores.

Mas, em meados de 2013, a música passa a ter papel decisivo na minha vida. Comecei a estudá-la mais efetivamente. Para quem estuda, nem preciso dizer, mas a transformação é notória.

Não é apenas o estudo em si. É a capacidade de terminar uma tarefa como compor uma música, como ajustar sua voz aos poucos, percepção individual frente a um grupo, saber a hora de entrar, ter a consciência de tempo, intensidade, ritmo, melodia, memória.

Fora as amizades.

Devo agradecer toda essa trajetória à Debora Coelho que me incentivou a procurar a professora Ana Lúcia Machry e, obviamente, a ela, que me incentivou a entrar no coral da UFRGS e a não desistir fácil das coisas.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Rendimento

Chega meia-noite. Hora de descansar. Só que não. Todas as ideias que durante o dia foram trucidadas por preocupações cotidianas vêm à tona.

Arrependimento. Aquele tempo perdido no face poderia ter lido um jornal. Poderia ter arrumado as gavetas, escrito mais, feito exercício.

Tudo. Menos o que efetivamente fiz.

Dizem que a grama do vizinho é mais verde que a nossa.

E o que dizer quando o vizinho somos nós mesmos?

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Personal Care

Foi difícil na terapia.
O radiador vazou.
Problemas com o chefe.
Ônibus lotado.
Fim de relacionamento por telefone.
Não tem coca-cola na geladeira.

Só me resta escovar os dentes, tomar banho, escrever, dormir.

Se eu não cuidar de mim, talvez não haja quem cuide.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Conto

Procurava por palavras pertintentes para poder prosseguir pelo pueril processo, pois parecia promissor, perspicaz, porém paliativo. Ponto.

domingo, 18 de maio de 2014

Enfrentamento

Enfrentar às vezes se camufla no seu extremo oposto, a arte de fugir. A arte não só de fugir, mas de arranjar com convicção argumentos sólidos - em tempos líquidos - para as desistências.

Não é problema algum desistir. Pode ser extremamente saudável. Mas deve conter um relatório bem estruturado do porquê da desistência. Desistir por desistir, além de comumente um erro, é, via de regra, um atalho para o boicote.

Pensei em desistir da psicoterapia, do emprego, do violão, do namoro quase engatado. Queria Ela, a euforia, a felicidade, a perfeição. Tive um vislumbre dEla.

Passaria em casa os dias, desistiria - esqueci de mencionar - do Direito e faria música.

Nem preciso continuar o relato. O verdadeiro enfrentamento é aquele em que se admite as fraquezas. Eu posei de forte, fui à trincheira e provavelmente morreria de bala alheia. Prova de força? Acho que recrudescer e admitir fraqueza é muito mais força, mais próximo do super-homem de Nietzsche do que ir despreparado à linha de tiro.

Enquanto isso, agradeço meu pai que me paga a psicoterapia devido minhas atrapalhações financeiras. Mas quero ter a oportunidade de falar pra ele que entendo que não há débito nenhum da parte dele em relação a minha educação. Fez o que lhe era possível, tudo o que lhe era possível. Até enlouqueceu tentando fazer o impossível, tamanha a tentativa de que a gente tivesse uma boa educação.


Teu olhar

Não é oblíquo nem dissimulado, é bem sincero e direto. Nem por isso bonito, muito antes pelo contrário. Reflete toda a angústia e preocupação de que tentas te livrar - em vão.

Esse teu olhar...

Ainda não entendeu que a fantasia não é irmã da realidade e com ela não tem nenhum parentesco? Esse laços siamescos, essa cápsula ao teu redor tentando te proteger do que é, do que já foi, e do que há de ser
são entraves para amar a vida do jeito que ela é.

E do que foi, e do que será. E que se mil vezes repetida fosse, mil vezes mais repetida quererás que ela seja. E, se ainda outras duas mil forem propostas, diria com gosto: então deixe já o eterno retorno de todo o gozo e de todo o sofrimento, de toda sorte de intensidades e durações.

É difícil desejar retornar o asco, os teus sentimentos mais mesquinhos. A ideia de ordem e progresso cegam para a necessidade de reexperimentá-los.

Desejar ficar desanimado? Desejar ficar deprimido? Angústia?

Amar a vida é conseguir não se arrepender. Minto. É se arrepender e tornar imprescindível o não se arrepender de um dia ter, até, se arrependido.

Estás na fase do arrependimento... Teu olhar te condena. Não esqueça que um dia melhora. Mas um dia pode retornar àquela fase.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Ao infinito e além

Estava procurando por notícias boas na internet. Foi quando pensei, imagina se eu encontrasse a notícia de que a partir de agora somos todos imortais? De verdade, não como o Grêmio.

Imediatamente, me passou na cabeça uma séria questão: eu não iria trabalhar amanhã. Tenho uma eternidade pra conseguir emprego...

Nem sairia da cama. Por um mês. Mmmm, quatro meses, até chegar a primavera.

A rotina nos organiza. O tempo finito nos organiza. A morte nos organiza.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Atalhos

Depois de velho fui entender a história da chapeuzinho vermelho. Passei por um atalho de um caminho pra chegar em casa, quando chegou num ponto que só não me assaltaram sei lá eu por que até agora. Decidi só usar o atalho de dia.

Mas não foi o quase assalto que me rememorou a chapéu. Foram outros atalhos. Pessoas que usam drogas pra atingir mais rápido a "felicidade", outras que são desonestas pra obter o que demorariam tempo agindo segundo as prescrições da sociedade, e há os que atalham períodos intensos de dor com o suicídio.

A arte de viver é saber administrar o ínterim entre dois intervalos de frustração da vida. Porque para saber conviver com o prazer ninguém precisa ser educado, é instintivo.

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Me perguntei a vida toda que raios de propósito são esses aos quais os evangélicos tanto se referem. Achei uma resposta válida para mim. É ressignificar a todo momento - pois a todo momento tudo se reconfigura - os motivos que me levam a acreditar que preciso, que tenho a necessidade de fazer algo bem feito. Seja pelo prazer de ver o resultado, seja por qualquer outra insanidade que a mim me cometa de acreditar que vale a pena estar vivo.

Viver com início, meio e fim. Decido, então, no que depender de mim, espichar esse processo ao máximo, deixando para a Vida atalhá-lo quando ela quiser.

Obrigado!

Há tarefas que somos obrigados a cumprir. Outras elencamos se queremos fazer ou não.

Academia foi uma coisa que elegi. Coisa chata. Pra mim, que não tenho tanto tempo disponível, tarefa ainda mais árdua. Emagrecer é a coisa mais simples do mundo.

Simples e fácil são palavras com significados distintos. Titio Freud se masturbaria de prazer com seu charuto dizendo que há coisas que fogem completamente do controle da razão, as nossas pulsões têm motivações ditas inconscientes.

Sei lá se ele tá certo, deixei de querer saber da teoria desse cara há um tempo embora acredite na sabedoria embutida nela, mas deleguei a pessoas competentes o seu estudo.

É líquido e certo: se eu fizer as planilhas montadas pelo meu treinador, se eu maneirar na alimentação, estarei forte e magro em um tempo inferior a um ano.

Responsabilizar-se pelas escolhas sempre tem um preço. O preço da academia é o desconforto, é alguma lesão muscular, é pegar algum resfriado com choque térmico em dia frio. Mas tem os louros: ter um corpo mais condizente com minhas vontades  mais conscientes.

Pois eu acredito que essas vontades, as conscientes, possam ser colocadas em pauta também, antes eu acreditava que o domínio do inconsciente era vastíssimo.

Apropriar-me das escolhas chatas, monótonas, cansativas, mas cujo custo-benefício seja evidente e favoreça o meu crescimento como ser humano é algo que eu me sinto obrigado. Para que possa me olhar no espelho e dizer:

- Obrigado!

terça-feira, 13 de maio de 2014

A hora de agir

É incrível, mas quando estamos bem parece que fica mais fácil agir.

Não sei se acontece só comigo, mas quando não estou tão bem assim eu fico anestesiado, me dá vontade de não fazer nada.

Descobri que é justamente nesses momentos em que a ação é mais fundamental ainda, muito mais do que nos momentos de bonanza.

Desistir do que se faz bem, ficar entrevado em casa são artifícios que eu utilizo buscando que algo externo venha a me amparar.

Mas aprendi de maneira não muito ortodoxa que é mais rápido o fim do mal-estar se a gente se move.

Tudo isso pra me desculpar que não fui à academia, quase desisti do violão... Coisas que faziam todo o sentido pra mim e de repente, num passe de mágica - ou magia negra - passaram a ser descontruídas.

Consegui, contudo, prescindir do mal-estar e voltar a investir em mim.

Não que necessariamente vá continuar fazendo violão, não que vá virar rato de academia, mas que se tiver que trocar essas atividades por outras  - como o estudo - que seja feito de forma coerente.

Boa tarde, cloud!! Espero te ver de novo à noite.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Rodei na baliza

É fato. O primeiro exame de direção rodei na baliza.

Mal saberia que havia muitas outras balizas na vida... Algumas vezes, inclusive, desprezei a existência da baliza, do examinador, enfim, de tudo ao meu redor, e parei em postes. Meses de traumatologia.

Uma vez, cinco anos me recuperando de um "acidente".

E me acostumei a chamar atenção das pessoas pelo meu lado fraco. Sabia que os verdadeiros amigos seriam aqueles que estariam lá me vendo acamado.

E peguei gosto pela cama. Pelas visitas no hospital. Discursava do quão desumano são os ambientes de recuperação.

Até que um dia me dei conta que poderia me desvitimizar e ser condutor da minha história. Sim, com ajuda, mas eu seria o maestro da minha própria vida. Adeus, hospitais desumanos.

Não fiquei mais rico, não fiquei mais magro ou mais gordo, mas fiquei responsável. Às vezes com uma vontade louca de voltar a me desresponsabilizar.

Quero, agora, chamar atenção dos outros pela minha força, inclusive. Solicitar não só ajuda, mas companhia para os bons momentos.

Hoje eu dirijo bem melhor que aos dezoito. Já bati o carro estacionando, mas nada que uma chapeação e pintura não resolvesse.

E espero poder dar carona a muita gente disposta a trilhar meus (des)caminhos.

sábado, 10 de maio de 2014

Pai Dudu de Oxalá

Prevejo que estarei com 100kg e um touro daqui a um ano.

Prevejo que terei mais amigos fora do face em seis meses.

Prevejo que estarei na UFRGS em três meses.

Prevejo que serei membro efetivo do Coral em um mês e meio.

Prevejo que estarei bem melhor em 22 dias.

Prevejo que terei mais encontros em 11 dias.

Prevejo que não faltarei ao trabalho em 5 dias.

Prevejo não trazer o amor perdido em três dias.

Prevejo não errar nenhuma previsão em 24horas.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Check List

Uma tarefa de psicologia cognitivo-comportamental preconiza acostumar o cérebro a registrar as pequenas evoluções cotidianas, apontando, inclusive, coisas que parecem tolas como escovar os dentes, arrumar a cama, até as mais elaboradas - como procurar não ficar alto.

Pois bem, parece que uma característica da contemporaneidade é fazer tudo como se estivesse preenchendo tal listinha, mas não para se orgulhar e bater no peito dizendo: yes, I can. Mas sim de outra forma, eu preciso fazer tais tarefas como mera obrigação.

E uma hora isso sufoca.

E levamos o cachorro pra passear, e transamos com a namorada, e tiramos o final de semana pra ir ao parque, ir ao cinema, tudo pensando em itens a serem verificados numa suposta checklist.

Comemos bem, somos bonzinhos com nossa alma e a alimentamos com música, até respeitamos a faixa de pedestre.

Não passa, muitas vezes, esse cidadão exemplar, de uma fuga de assumir suas verdadeiras vontades ou da incapacidade de vivenciar os processos.

Existe uma linha tênue entre vivenciar o processo e executar o processo. Vivenciar remete à vida, e executar, preciso dizer?

Insônia é um tema instigante. Muitas vezes, como somos obrigados a preencher checklists o tempo todo, a nossa mente se recusa a obedecer a mais uma ordem insensata. Ela quer oxigênio. Precisa ser artista, precisa romper com a lógica do dever cumprido e comprido.

Ela obriga a refletir tudo o que é incapaz de ser vivenciado, mas sim executado. Debilmente, no meio da madrugada, cede espaço ao sono inquieto, pesado, para que o inconsciente comece a tramar suas estripulias. Voto vencido, o sono vai embora com o toque do despertador.

Para que, pelo menos um item do checklist fique só pro final de semana - o sono.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Falha minha (dois em um)

Ontem fui dormir muito cedo e não escrevi nada a respeito. Como um dia é plenamente recuperável, digo agora as impressões de um dia extremamente difícil, no qual os padrões de comportamento antigo vieram à tona e quase me paralisaram.

Pedi ajuda. Aliás, pedi ajuda a semana inteira. Ganhei ajuda do conjunto 408 e da Cris.

Quero dar ajuda. Literatura e inglês parecem ser mais a minha cara do que Direito. Prefiro me abster de ter opiniões unilaterais como as preconizadas pelo Direito.

Estpu com ptrguiça de escrever, mas digo que pretendo voltar à escola e voltar à rotina normalmente.

Fica esse dia valendo dois em um, por ontem e por hoje, sendo ambos especiais por eu ter autocontrole e não voltar a chafurdar.

terça-feira, 6 de maio de 2014

De novo ela à tona

Falava eu sobre reciprocidade, pois bem, ela de novo... Disse um dia que não precisava dela pra ajudar alguém.

É ótimo dizer que quando ela existe é ainda melhor.

Estava enfrentando uma espécie de luto por entrar de cabeça no mundo das responsabilidades, no mundo dos adultos, e buscava um privilégio pra que fizesse sentido prescindir do meu jeito infantil de lidar com os compromissos.

Queria muito que uma companhia feminina selasse esse um ano longe de nosocômios. No entanto, o que vi é que é incipiente o movimento de conseguir alguém... Ainda estou sofrendo pois nem sei ao certo o que eu quero.

Companhia, respeito, fidelidade, carinho, atenção, quem não quer? Agora, as especificidades, os assuntos em comum ou incomuns, os gostos e desgostos não sabemos ao certo com quem queremos compartilhar momentos de nossas vidas.

Passei dois dias longe da Câmara. Suficientes para rever meus conceitos de estabilidade no trabalho. De que adianta ganhar bem se 40 horas de sua semana são absolutamente inúteis? E, com a capacidade que tenho de passar em concursos, posso ganhar bem trabalhando apenas 30h semanais.

Mas escapei de falar de reciprocidade. Ela, de novo, à tona. A Cris me ajudou nesse dia que era pra ter sido tão mais ou menos e foi tão especial.

A Naidel, com 10 minutos de conversa, me deu um ânimo que eu fiquei surpreso de saber que estava tão perto de encaminhar as coisas pra um rumo coerente novamente.

Talvez seja demitido amanhã. Talvez minha imagem na Câmara não fique das melhores - em verdade, já não está.

Talvez eu venha a ter que enfrentar consequências desagradáveis pelas minhas atitudes de desresponsabilização. Talvez o remédio realmente tenha dado uma alteração nas rotas sinápticas.

Mas é certo que não vim até aqui pra desistir agora.

Beijos, cloud.

Bom dia!

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Carvalhos e Crises

Meus pensamentos parecem sempre a continuação de uma sessão psicoterápica.

Penso horrores em melhorar, no quanto estou bem, no quanto já estive pior... Na minha incapacidade de tolerar determinadas frustrações...

E relacionamentos amorosos sempre foram o meu ponto fraco, eles conseguem me desestabilizar facinho, facinho. Lembro de um dia em que já no ônibus indo pro Fêmina parecia que eu ia desmaiar, um incômodo muito grande, apenas porque uma menina não havia falado comigo depois de eu ligar pra ela seguidas vezes.

Well, cloud, abrindo meu coração para aqueles que te observam... Já disse aqui que tinha problemas afetivos? Pois então, isso interfere diretamente na quantidade e qualidade dos relacionamentos tanto amorosos quanto os demais.

Me entrego demais para amigos, colegas de trabalho e mulheres. Esgoto (ó) relações antes mesmo delas terem meio, parece que eu sou intenso demais, chato demais, insistente demais.

De nada adiantaram boa aparência, educação, bom papo, bom beijo, para persuadir as três meninas com as quais fiquei nas últimas duas semanas a permanecerem ficando comigo.

Me enfiei num barril de Carvalho e entrei em Crises. E estou um pouco desacostumado a reagir frente as minhas necessidades, não sei o que me satisfaz. Não sei o que gostaria de fazer, cogitei fazer uma viagem, me desligar do mundo, mas a volta à realidade é sempre mais dolorosa do que o benefício fugaz da fuga.

Tô tentando pela bilionésima vez uma transfusão de ânimo, parece que eu estava tão bem e fiquei tão decepcionado por ter fugido do trabalho hoje.

Isso interfere na qualidade do restante da vida.

Eu sei que preciso mudar algo, do jeito que tá não dá. Mas mudar o que, pra que, como, quando?

domingo, 4 de maio de 2014

Tensão

Como será o amanhã
Responda quem puder
O que irá me acontecer
O meu destino será como...
Como?

Hoje procurei motivos pra dizer que o dia foi especial. De verdade, estive tenso o dia inteiro. Me encontrei com o vô, com o Helio Damiani, fui a shopping... Nada capaz de aplacar a ansiedade.

Foi o típico dia de me preocupar com o amanhã. Consegui anular completamente o dia de hoje. Não aproveitei as músicas que cantei, não curti o telefonema bem elaborado para a enamorada, não passeei despreocupadamente pelo shopping... Tava feito o coelho da Alice, é tarde, é tarde, é tarde até que arde.

Queria fazer alguma coisa pra modificar a situação, e não havia mais nada a ser feito a não ser deixar de ser cego e aproveitar tudo o que estava ao meu redor. É lastimável o tempo despendido pensando em coisas inúteis, em tentativa de controle sobre coisas que só o tempo dirá que são viáveis.

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Talvez o balanço de um ano longe da Santana tenha me deixado pensativo. Parece que a vida é um absurdo. E tentamos esquecer disso o tempo buscando lógica no que é ilógico por natureza. Por mais companhias que hajam, uma hora a solidão, perniciosa, vem e te lembra da maldita finitude. Da nossa fragilidade, do eterno vir a ser, expressão que até é contraditória, pois configura como nada eterno, mas sim tudo mutável. Full time.

Mudaram muitas coisas. Minha agilidade, meu compromisso, meus contatos, meu ânimo. Ainda tem uma voz gritando bem alto: para quê?

sábado, 3 de maio de 2014

Só hoje

Hoje eu preciso te encontrar de qualquer jeito
Nem que seja só pra te levar pra casa
Depois de um dia normal

Prometo que volto a falar sobre outras coisas do meu cotidiano, mas no momento estou embriagado com ela...

Beijar no elevador pode parecer trivial. Um primeiro beijo no elevador já não é tão trivial. Em qualquer elevador pode até ser comum, mas no elevador da Casa de Cultura...

Não namoramos à luz do polo petroquímico, pois o lugar onde dava vista pra lá estava lotado.

Bom, pra variar contei o ápice sem introduzir...

Estava eu dobrando a entrada da Casa quando me interpela uma mulher com livros na mão, querendo vendê-los. Não quis ser indelicado, mas meu rabo do olho já tinha notado a presença de uma mulher muito mais encantadora e com a qual eu tinha um encontro. Foram sessenta segundos que me soaram como sessenta minutos ter ao meu lado alguém me esperando e ao mesmo tempo sem querer parecer estúpido com alguém que vive de literatura. Depois de dispensar a vendedora, pensei em algo que disse a ela - à encantadora - somente ao me despedir: és mais bonita ao vivo do que nas fotos.

Essa é a magia dos movimentos que a estática nunca pode fazer com pessoas como ela. Eu, é diferente, por não ter tantos movimentos, caras, gestos, olhares diferenciados, talvez fique melhor na foto. Ser bonito inclusive em movimento, ou principalmente em movimento, é pra pessoas ímpares.

Ao pedirmos nosso café, chega um terceiro elemento extremamente inconveniente que avisou que apareceria mesmo eu tendo dispensado sua presença de maneira bem ríspida: o nervosismo.

Ele me acompanhou durante a noite toda, dando inclusive a sensação de que não estava gostando da conversa. Eu estava, sim, tentando dar atenção merecida e driblar paralelamente minha suposta falta de assunto.

Sim, eu tinha opinião formada sobre o assalto do palácio da polícia, sim, tinham coisas que me chamaram a atenção e eu gostaria de dividir com alguém, mas minha mania de perfeição tentando escolher a melhor hora pra falar o melhor assunto no melhor lugar me deixaram mudo. No final, a leitura de um escrito meu pensando nela a fez dizer algo que eu escutei mas até agora não acredito que tenha sido isso e fiquei com muita vergonha de perguntar se não escutei errado:
- Ganhou.

Sei lá se foi isso, mas a dúvida de que fosse outra coisa me fez não beijá-la naquele momento, e fiquei completamente sem ação.

Se soar um dia ao meu favor, digo que homens de atitude tem, às vezes, atitude de cautela, respeito. Mas, logo em seguida, mostrei minha atitude no elevador, como havia falado. Levemente trêmulo... Mas isso não precisa constar nos autos...

Sou uma pessoa que gosto de conversar, portanto tenho assunto, gosto de descontrair mesmo sendo mais sisudo. Nos próximos encontros - e pelo beijo de despedida acredito que terão novos encontros - estarei mais relaxado.

Permita-me, cloud, só por hoje, falar de novo sobre amor.... E como o hoje é o ontem do amanhã, talvez amanhã diga de novo: só hoje, como cantou o rapaz no café.

Como diriam os  telefonistas a uma hora dessas, apesar de ser pouco passado de meia-noite, bom dia!

Medinho

Ainda não nos conhecemos. Querendo ir aos poucos, decidi ligar antes do encontro, para ver como nos saímos numa conversa.

Deliciosamente nervosa, assim ela se definiu - o deliciosamente fica por minha conta. Assuntos cotidianos, triviais, mas que ganharam uma conotação de conversa compromissada...

Quando disse que não iria sair, ela disse: ufa! e completou: mas ainda não posso interferir. Não preciso dizer que esse "ainda" soou como música aos meus ouvidos.

Este sábado me dá certo medinho. Ao vivo e a cores tudo é diferente. Fotos, elogios, conversas boas não são necessariamente suficientes.

Estou tão cauteloso que me poupo inclusive nas palavras no blógue, com receio de me entregar antes do tempo. Mas, como disse um pequeno poeta de nome Eduardo, há jogos nos quais quem dá as cartas é o coração. E ele apostou alto.

Carreira curta de poeta, que talvez ressuscite frente a estímulos novos. O maior estímulo tem que ser a gente mesmo, mas é ou não é bom ter uma boa companhia?

O desafio instantâneo é respeitar etapas. Nos conhecermos, permitir saber um do outro tudo aquilo que nenhum facebook, blógue, telefonema é capaz de saber.

Experimentar a rotina, querer enfrentar juntos os problemas...

Mas, peraí, nem ficamos ao menos.... Já estou criando expectativas de novo! Me parecem, contudo, mais embasadas.

As próximas três horas serão de suspense... Em poucas horas, devo escrever sobre o encaminhamento que dei ao meu medo.

Bjs, cloud.

Dudu

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Início

Inocentemente, numa conversa de mais de cinco horas, começamos a nos conhecer. Somos educados, fiéis, afetivos, inteligentes, já torcemos pro Grêmio algum dia - ela ainda torce -, estudamos no Parobé...

Estou cansado de inícios irregulares. Não há como predizer o futuro, mas se há uma diferença substancial na Chris é a reciprocidade. Ao menos em demonstrar interesse para se conhecer... 

Nada mais asfixiante numa conquista do que apenas conquistar sem ser conquistado.

Depois de ver nossas qualidades, nos pedimos em casamento nove vezes, aquela brincadeira com intenção de se desvelar um dia como desejo realizável.

Foi um bom início.

Se depender de mim, terá início, meio e um fim que não precisa ser término. Mas daí não depende só de mim, depende de nós.