sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Turtle

E se eu não fosse obrigado a escrever sobre minhas melhoras? E a reconciliação das pioras com as melhoras?

Provavelmente daria meu pitaco sobre as mudanças no governo Dilma na área econômica, atendendo a interesses do capital especulativo.

Ou falaria da imensa democracia interna norte-americana capaz de mobilizar uma nação inteira em prol de direitos civis, como foi o caso do não indiciamento do pólicial que matou um negro.

Discorreria sobre amenidades, como os benefícios da beterraba desde a imunidade até áreas cardiovasculares.

Ou replicaria o texto do Drauzio Varela dando um contraponto aos transgênicos, que podem salvar vidas.

Também aqui seria um fórum para debater a imperiosidade dos smartphones nas vidas das pessoas de classe média, minando contratos sociais anteriormente estabelecidos.

Falaria da importância do Direito e da educação em Direito para a emancipação de um indivíduo, e o quanto isso pode mudar a minha percepção de que eu quero/não quero fazer Direito.

Talvez falasse dos aprendizados diários dados pela minha nova família, como o da Vanessa que disse que eu fico mais bonito sorrindo. Passei a sorrir desde então.

Whoops, falei da minha melhora. Mas ela é inevitável, até mesmo entremeada com assuntos banais, com assuntos sérios. Estou saindo da casca da tartaruga.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Smooth

Suavizando a rotina.

Faço esforço hercúleo pra realizar as tarefas. Mas Hércules e seus 12 trabalhos tinha razão para fazer força. Eu não tenho.

Estratégia, técnica. E suavidade na maior parte do tempo. Gastar força só quando for necessário.

Acreditar no processo. Acreditar no processo. Curtir o processo. E, depois de chegar o fim, até dar saudade do processo.

Eu tenho por costume me livrar dos processos. Tinha, pra dizer a verdaade.

É que reconhecer que estou mudando é custoso.

Mais fácil dizer que ainda não está bom do que aproveitar o que já está bom.

E tem o noivado, tem o Lúcio, tem outras coisas querendo se fixar, como a música, o triatlo.

Não posso sofrer querendo ficar expert em tudo, em nadar 2km de cara, em correr 10km de cara, em pedalar 100km na primeira vez.

Querer tudo pronto. Pra quê? Qual a graça da brincadeira quando ela termina?

Despertar o sentimento de artífice pelo artifício, não apenas pelo resultado.

Ler, reler, acreditar no que está escrito, até apagar, reescrever, deixar fluir as palavras, não se prender a conceitos anteriores, não se preocupar com o olhar crítico de um virtual leitor...

Comer bem, cantar com paixão, trabalhar como se dependesse do resultado do trabalho, cuidar da família, não ser ranzinza, entregar-se.

E entregar-se sem medo. Com fé.

Com suavidade, para cansar-se nos momentos mais adequados. E naqueles que a vida se encarregar de pedir pra tirar força de onde não tenho ou supunha que não tinha.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Existe

Pode ser fantasia, pode ser um Deus, pode ser ilusão, pode ser realidade.


O fato é que há a existência e, para aqueles que possuem virtudes, os processos deslancham.

A sintonia do ser com o Universo, a Eudaimonia, parece que existe. Parece.

Do Sócrates fico com o só sei que nada sei.

O otimismo cresce. Mas ainda há uma resistência gigante a encarar o que está na frente  e criar caminhos imaginários complexos pra realizar coisas simples.

Muita ansiedade para processos que se auto resolvem.

Mas o Universo sempre dá uma resposta, grande parte das vezes contrária à idealizações.

A resiliência está no fato em aceitar as coisas como elas vem e tentar modificar somente o que for possível. O sofrimento causado pela tentativa de evitar o sofrimento inevitável adoece.

São juros compostos cobrados por um banco ganancioso que lhe retira seu bem mais precioso. Tempo de vida.

Deus, orixás, vidas passadas, espíritos, nunca vou saber ao certo. Mas algo existe. O sofrimento existe.

O bem existe. A capacidade de suportar o sofrimento e valorizar os momentos bons existe. E de suportar o tédio. E de se responsabilizar, de pagar os danos em vez de terceirizá-los e viver apenas nas superfícies dos encontros.

Mergulho. Com tubarões, sereias, corais, oxigênio restrito. Sim, o oxigênio restrito simboliza a finitude. Todo mergulho tem seu fim.

Toda existência tem fim. Por isso, urge a economia da vida.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Motivação, fé e esperança

A fé que não é religiosa é uma convicção de que um resultado será alcançado, satisfazendo-se determinadas ocasiões. Para mim, esperança é a palavra não-religiosa que traduz o mesmo sentimento, ou, ainda, é o sentimento cujo ingrediente indispensável é a fé. Sem fé, um indivíduo é incapaz de se sentir esperançoso. São indissociáveis ou sinônimos.

Esperança me remete muito à inação. Fé me remete a certeza. Pode ser culpa da palavra esperar que me remeta a inação. E fé cega parece ser muitas vezes pleonasmo, afinal, do que se pode ter certeza? Alguns dizem que nem da morte, daqui há uns cinquenta anos.

E onde a motivação entraria nisso tudo? Ela é imprescindível, sem ela não adianta ter fé nem esperança. É como querer ganhar na loteria sem ter apostado o bilhete.

Motivação é a diferença entre levantar cedo, arrumar a cama, trabalhar, nadar, estudar inglês, fazer amizades, ou ficar deitado à espera de um Deus que não vem.

Ele só virá se invocado, e invocar é mais do que um simples ato de fé. É um ato conjunto de fé, esperança e motivação para que as mudanças ocorram.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Pedaladas

Como faz bem pedalar. Além de fazer exercício físico, estar na orla do Guaíba vendo gente bonita correndo e pedalando, vendo o próprio Guaíba, o Estádio Beira-rio, a superação de limites, tudo isso tem que ser comemorado. Espero muito mesmo que essa tendência a fazer esporte cresça, e que os meus 100kg cheguem em questão de alguns meses.

Falar o óbvio também é importante, a mobilidade  urbana ganha muito com mais ciclistas. O monóxido de carbono diminui. O meu coração agradece. A minha beleza agradece. As pessoas que me querem bem se motivarão ao me ver atingindo meus objetivos.

Não consegui fazer Direito esse semestre, mas tudo o que já foi feito, refeito, desfeito, nada perfeito, mas sim possível.

Ainda que eu queira às vezes o impossível. Mas isso se trabalha. A fruição do momento está bem melhor. Atrualmente estou atucanado com a avaliação do estágio probatório, nada que eu devesse mudar meu comportamento frente ao trabalho ou torná-lo mais maçante, afinal eu ainda tenho 16 meses a serem cumpridos, e meu comportamento deverá ser igual durante cada um desses dias.

O cotidiano está mais leve, as coisas lá dentro de casa eu quero que mudem com muita pressa, mas tenho que respeitar o tempo da Vanessa e, princippalmente, o meu tempo...


Somos lentos, precisamos nos ambientar com as coisas devagar. Eu tenho presa e não sei para que funciona essa minha pressa. Eu não consigo ter lazer, aliás, tenho momentos de desfrute do tempo, mas ainda há prevalência de tensão em muitos dos momentos, embora a tensão tenha diminuído.

Eu consigo ser uma pessoa diferente, diria até que melhor do que já fui até hoje. E com sede de melhorar, coisa que sempre tive. A famosa sede de potência de Nietzsche.

--
Acontecerá a partir de hoje o evento das escolas do legislativo na CMPA. Amanhã preciso trabalhar normalmente, aguentar tranquilamente as demandas como se fosse um dia normal de trabalho. E é.

Devorar

Não é fome, não é ansiedade... Sinto uma vontade de devorar alguma coisa, e não é deglutir. De novo, quando se remete para "algo", se remete ao ideal, quando n~´ao se consegue nomear. Tipo: se eu tivesse esse algo pra devorar agora. E se esquiva de viver o presente, E se dá sintomas de ansiedade. Estou felicíssimo com novos dois colegas, com a minha recente repactuação com as minhas dívidas e preenchimento de alguns jeitos de viver novos e mais otimistas.

Guilherme Dutra falou agora da minha memória. Realmente, tenho uma memória boa. E devo usufrui-la com "algo".

Enquanto não há algo, há trabalho, há pedaladas, há vontade de potência.

E pego apenas isso de Nietzsche. Deixo o superhomem, a imoralidade, o anticristo com ele. Vou viver minha própria filosofia a partir também de outros filósofos.

É como permitir um Romero Britto na sala mesmo sabendo que ele não representa inovação na Arte, aliás, representa justamente pela não-inovação.

Reconhecer que os momentos da vida frugais e fugazes são os que mais preenchem, que são os que completam muito mais do que os de êxtase, que são os possíveis a maior parte do tempo. E são bons. Devo aumentar o elástico, a resiliência, a capacidade de estar bem quando nem tudo assim vai tão bem. E isso significa estar bem a maior parte do tempo.

Eu não conseguia comover as pessoas com meus dramas porque boa parte das minhas angústias não eram fundadas em elementos reais, ou melhor, eram argumentos de sabotagem. Psicólogos são solidários à sabotagem. A sociedade civil (des)organizada não é obrigada a entender os meandros de um p´sicótico que se sabota para ganhar alguns vinténs de atenção.

Se consegue atenção por muito tempo, de alguns. De muitos, por poucos tempo. Assim, meus dramas supostamente existenciais e de angústias inomináveis eram com meandros de mobilizar as pe4ssoas pela minha suposta impotência.

Eu queria tudo. A diferença, agora, é que além de otimista eu sou realista. Sei que não posso desejar tudo, atenção integral, que preciso trabalhar, que preciso de terapia....

E que muitos dos assuntos aqui repetidos vão ganhando novas formas, porque repetir e elaborar é um desafio constante. Claro que falo isso meio ressentido, pois odeio não diversificar assuntos, mas isso depende úninca e exclusivamente de mim.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Sessenta

O silêncio tem uma função. Durkheim explicaria melhor que eu. O lapso que separa um post de outro não significa necessariamente que não se tem nada a dizer. Tampouco que a vida está tão magnificamente boa que "ah, vou viver em vez de escrever".

O suposto "branco" a cada vez que se senta a frente do computador e se tenta tirar uns minutinhos pra falar algo quer dizer algo.

Auto-sabotagem?? Provavelmente.

Idealmente, era pra eu dizer o que se passava de bom e de ruim mas que significasse algo, no fim, que me fortificasse ao passar dos 365 dias.

Bom, posso dizer que o silêncio me ensinou muito. Sobre a vontade de falar. E de parar de idealizar em ter a escrita adequada, em esperar ler os livros necessários para se ter uma escrita eloquente, fluida, palatável, limpa.

Às vezes, como em diversos blógues construi essa metáfora, a escrita tem a função de vômito: quente, fétida, desagradável, mas de alívio, sintomática.

Meus rompantes de fúria, descrença, paixão (pathós e passio), falta de paciência, desespero, podem ser traduzidos pela desconexão entre um post e outro. Aliás, eles são conexos por uma linearidade não tão evidente à primeira vista. Os objetos tratados, apesar de serem diversos, possuem uma característica em comum. São todos idealizados ou execrados.

Nada de meio termo.

Ou oito ou oitenta. Ou mania ou depressão. Nada de entre meios. Era a espera constante por esses dois extremos. O dia especial. Os 365 dias especiais. Idealizado.

Nem sempre se tem algo a dizer? Duvido que na vida de alguém não haja nada, transcorridas 24 horas, de interessante a ser comentado.

Obviamente, o daltônico não enxerga as matizes diversas de todas as cores. Isso não quer dizer que elas não existam.

Agora, como posso justificar pra mim mesmo que o ano não foi nem tão bom quanto eu imaginava, mas também não foi tão ruim como eu queria?? E aí deixo de propósito o meu ato falho imediato sem corrigir, pois é justamente o que eu queria! Justificar que eu era incapaz de ainda mais uma coisa por mim mesmo proposta. O blógue, um por dia.

Nem sempre vou ter inspiração. Mas a proposta do blógue era registrar os momentos bons para que se contrapusessem à ideia de que só há sofrimento constante em miha vida.


Tenho ao meu lado duas mulheres maravilhosas, uma em formação e que eu ajudarei a formar. Outra, já crescidinha, aprendi a cuidar dela hoje mesmo. O significado da palavra amor só se aprende da maneira mais díficil de todas elas, da menos óbvia possível, da com mais sobressaltos possível e da nem sempre gratificante (ao menos imediata) forma: amando.

Tem coisas, que só pra viver vivendo. E sinceramente, não queria ter que terminar esse post assim, mas o sono tá pegando e a tristeza em não dar continuidade a uma sequência argumentativa tão clara também.

Mas, como aprendi com meu amor, não precisa ser oito nem oitenta. Com sessenta se passa por média e não se sofre tanto com o aprendizado. Portanto, termino de escever com a missão cumprida, não tão comprida mas, sobretudo, desidealizada.

sábado, 16 de agosto de 2014

Rotas Sinápticas

Endocrinologia. Ela explica o porquê de eu estar `às três e trinta e sete da manhã acordado. Nosso corpo precisa se sentir cansado e sem ameaças externas para poder entrar na rota metabólica que induz ao sono.

Estou sedento por exercício físico. Preciso me acordar e me exercitar. Isso tem que ser levado a sério. Acordar e se exercitar, ainda que a custa de menos sono. A primeira semana vai ser bem desgastante, vou ter pouco pique. Ou não. Já dei conta de bem mais coisa do que imaginava ser capaz. Precisamos enumerar tudo o que já foi feito?

Ganhei do computador no xadrez.
Ensinei minha enteada a escovar os dentes.
Fiz a lista de chá de panela.
Fiz o resumo da aula sobre o Syllabus do Reverbel.
Economizei almoço comendo marmita.
Regulei o sono depois da semana mais tumultuada do ano.
Voltei a escrever nesse espaço.
Estou mantendo há 68 dias um namoro mais firme do que qualquer outro.
Mudei de psiquiatra por um extremamente acolhedor.
Fiz o selo do estacionamento, ingressei com um pedido de cadeira na Filosofia, fui até a farmácia do Estado...
Aprendi o ciclo das quartas e quintas na Ana.
Efetuei mais uma parte da minha mudança.

Tudo isso pra tentar me tranquilizar e me deixar com mais sono, mas o maldito lack of exercise me deixa desperto.

Vou ver algo na TV.

Boa noite, cloud!

domingo, 3 de agosto de 2014

Sempre Assim?

Será que todo dia (de estreia em momentos importantes) vai ser sempre assim?

Como avaliar minha incapacidade de abrir mão do controle?

Não dormir tranquilamente é o sintoma mais explícito de tentativa de ter poder sobre coisas impossíveis de serem feitas essa conexão (i)lógica.

Por que tantos pensamentos preocupantes vêm à mente no instante em que se deveria relaxar?

Por que não fazer planejamento e descansar com o pensamento de que se fez o possível e ter a consciência disso?

Tudo é processo... Esse processo é longo...

Aprender a abrir mão do controle. Da perfeição.

E, o pior, abrir mão do sofrimento antecipado pela constatação de que não há como fazer tudo que se gostaria.

Quero emagrecer, quero dar um jeito nesse meu sono, quero tocar teclado, quero ser um bom marido, um bom "papa" pra Gigi...

Estou ranzinza... tenso... feliz, mas insatisfeito com essa felicidade... Como se faltassem óculos pra perceber que o que já tenho é mais que suficiente pra relaxar.

E isso não está simbolizado. É só discurso intermediário, entre o vazio e a simbolização - sentir. Por enquanto, está no perceber e querer mudar.

Teorizar é meu forte, preciso encarar de frente essa insônia e fazer desse limão uma limonada. Com bastante açúcar.

Tocar nota por nota. Ter paciência. Escutar.

A estreia importante é o Direito. E Direito é abrir mão do triatlo, da dança, do teclado, de técnica vocal, de momentos com a Nessa, de sono mais tranquilo. Ah, claro, de Letras, de Fìsica, de Medicina, de Psicologia, de Música...

Não sou mulher do Djavan, mas adoro um se.

Se eu não estivesse sem sono, amanhã seria melhor. Mas agora o jeito é relaxar e gozar. Amanhã será bem difícil, no quesito disposição física. Mas tiro de letra ;)

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Tornando o mundo melhor

Minha amiga de Barretos coloca um trecho inquietante sobre nossa condição de seres em civilização: somos responsáveis por essa zorra toda em que vivemos.

Fechar os olhos é fácil, mas duvido que seja cômodo. Duvido que assistir ao Datena e ter opiniões sangrentas seja algo palatável à mente.

Fazer bem a quem está ao seu redor é algo quixotesco mas, acredito eu, altamente recompensador.

Estou vivendo na condição de pai emprestado. Minha filha emprestada me retribui muito, toda hora. Ganhei um desenho. Pai, eu te amo de todo o coração. Fiquei perplexo e imediatamente me lembrei de Saint Exupery: és eternamente responsável por aquele que cativas.


E a gente deixa tanta gente isolada no mundo, e a gente se desresponsabiliza pela Palestina, afinal aqui nem jogam bombas, né?

E o drogado pode ser meu sobrinho, meu pai, minha filha, mas enquanto não for eu tá tudo bem. Eu é uma categoria muito estranha. Só existe na Matemática e nas aulas do titio Platão (se é que ele ministrava aulas).

Estamos todos interconectados. Temos altíssima responsabilidade em cada opinião emitida, em cada omissão, em cada escolha.

Em cada desespero escolhido ou suprimido, em cada palavra escolhida - podemos ocupar ou invadir terras ou mentes.

Podemos ser superficiais. Urgentes. Fétidos. Como esse texto que sabe que um dia ganhará novos contornos.

Insurgente, o texto se adornará de calma, reflexo de um mundo menos conturbado.

Afinal, se almas estão menos perturbadas, certamente o mundo está menos pior.

Boa noite, pessoal, tem gente me esperando amanhã.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Empatia

Como há pessoas que nunca atingirão maturidade emocional de adulto. Descobri isso no momento em que percebi que há muitos meandros em minha mente que ainda são de criança. 

Faço o bem ao próximo por uma característica bem singular: sei que se fizer isso a contento o outro me retribuirá.

Muito umbigo.

A capacidade de entender as dores ou alegrias do outro, colocando-se em seu lugar e, de certa forma, solidarizando-se, é algo ainda em estágio precário no meu desenvolvimento.

Faço o bem porque sei que fazer o mal não dá retorno. Não porque é bom para o outro. Se alguém adoece, morre, confesso tristemente que não me impacta. A não ser da perspectiva de que eu posso ser o próximo desafortunado.

Tenho muitas pessoas pelas quais desenvolvi afeto. Mas muito mais pela reciprocidade do que por admiração de suas características.

Tá certo, tem um exagero implícito. Mas o fato é que sei que há um incipiente movimento de percepção de que existem necessidades dos outros e que eles, pessoas diferenciadas, nem sempre estarão à mercê das minhas vontades.

Conquistei coisas maravilhosas e permaneci com elas. Agora falta permanecer, ampliar, qualificar, rechear os afetos.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Batatinha quando nasce

Esparramo minhas coisas por toda a parte. Objetos, afetos, pensamentos, escolhas...

A bagunça é tão grande que fica difícil mensurar o que tenho de fato, com o que posso contar, com o que quero "brincar"...

Minhas finanças estão um lixo. Tenho que economizar 20 salários para pagar o que devo.

Agora, pelo menos na parte sentimental, as coisas estão se ajeitando. Um namoro bem mais consistente do que os casos dos últimos sete anos.

Comprei mais um brinquedinho. Um teclado. Agora, tenho quatro instrumentos musicais e a primeira impressão que fica é que música é algo que tem me feito muito bem.

Mas pra que me atupetar de tantas opções e aproveitar tão poucas?

A Vanessa tem me feito ver que a gente precisa de bem menos coisas do que imaginamos pra viver bem. Sim, sim, bem cliché. Mas eles existem e são batidos muitas vezes pelo fato de serem difíceis de ser simbolizados.

Fácil dizer que as coisas que mais importam não precisam de dinheiro. Difícil perceber e começar a orientar a vida para esses valores.

Sem prescindir do dinheiro que também é importante.

Só preciso aprender, agora, a juntar o que ficou esparramado, dispensar o que não serve mais, valorizar o que já tenho...

E não plantar batatas desnecessárias para que não fiquem esparramadas pelo chão atrapalhando meu caminho.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Cansei de ser cabeça

Já que eu não posso te levar quero que você me leve.... Cazuza

Jacque, eu não posso te levar. Quero que você me leve... Entendimento do Eduardo criança sobre a música do Cazuza

sábado, 12 de julho de 2014

Quando a vida é morna

Escrever é um ato de coragem. É ficar nu. Não há como não se entregar. Deixar de escrever, portanto, deve também ter significado.

Propus-me a escrever diariamente e não venho realizando a contento essa tarefa. Por quê? Por que deixar de narrar e analisar meu cotidiano?

Deixando de lado algo que era prioridade... Passou a ser prioridade o namoro, estou deixando aos poucos as minhas tarefas voltarem a se acomodar.

Não dá pra exigir do namoro todo o contentamento possível, e, justamente por esse fato, devo obtê-lo também de outros lugares - o contentamento, hehehe...

Eu continuo com baixa tolerância a tédio. Tédio me deixa apavorado, não apenas entediado.

Negar escrever em alguns dias é negar que a vida pode ser um tédio.

Nem sempre há coisas que mereçam ser contadas ou há coisas que não são tão glamourosas.

Relaxar enquanto a vida for morna. Não achar que algo está errado por não haver adrenalina.

Curtir uma tarde onde não há correria, onde não há atrativos.

Mas, sobretudo, valorizar o fato de que estou lidando bem com minha rotina, ponderando minhas vontades, desistindo de desistir de sonhos, aprendendo a ter paciência, desidealizando o mundo, postergando sem procrastinar.

Buscar construir momentos de felicidade, mas buscar não evitar o sofrimento, o que causa o triplo dele.

E escrever um livro de auto-ajuda. Auto ajuda para mim que me auto ajudo escrevenedo...

Deve haver coisas necessárias nos dias que não dá tanta vontade de escrever. Necessárias de serem relembradas como uma tarde tranquila que não precisa ser necessariamente de tédio.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Sofreguidão

Tudo me parece um convite. De tantas coisas para as quais sou convidado, em vez de ser seleto, embarco na primeira estação disponível.

Se tu és meu conhecido, deve saber. É só me convidar pra um evento que eu provavelmente aceito. A contrapartida, quando não existe, eu a exijo como se fosse de praxe fazê-la.

Sofro por todos não se entregarem com sofreguidão como eu.

Monetariamente, desnecessário dizer que não é diferente. Só algo estar estampado numa vitrine para ser meu objeto instantâneo de desejo.

Tenho muitos brinquedinhos. Brinco pouco com eles. Estou em busca dos outros sempre.

Mas não será assim a vida inteira.

Tenho condições de eleger um relacionamento consistente, uma casa, um carro, uma economia, umas relações de amizade, uma faculdade, um esporte...

Por enquanto, a dificuldade em executar uma tarefa por mim elencada como necessária num segundo antes faz o meu rendimento, a minha diversão, os meus relacionamentos, a minha economia estarem todos aquém do aceitável.

Enquanto não for fiel às ideias que já foram exaustivamente colocadas em pauta e eleitas como adequadas - nem que seja a melhor opção apenas em um determinado momento, mas nem por isso deixa de ser a melhor opção -, sofrerei com minha sofreguidão.

E ela, filha do impulso, deverá ser utilizada tão somente quando for imprescindível o estado de entrega absoluta. Para os momentos que fazem a vida deixar de ser mediana, corriqueira para ser espetacular.

domingo, 6 de julho de 2014

Marco Zero

A partir do dia 7/7/14, decidi mudar as duas coisas que interferem diretamente na minha saúde biológica. Alimentação e exercícios físicos.

Vou-me acordar às sete e fazer meia hora de corrida intercalada com caminhada. Três vezes por semana. Mais uma pedalada no domingo.

Já cortei refri normal, praticamente não tomo refri zero também. Alimentação já deu seu salto significativo, agora é focar no exercício físico.

Plano de quatro anos estar com 90kg.

Fazendo faculdade, namorando, trabalhando, viajando...

Elegi a corrida como esporte porque dá pra fazer em qualquer lugar. A praticamente qualquer hora.

Sim, caro leitor, tem coisas desse blógue que não são tão interessantes para você, mas são motivações importantes na minha vida.

Precisava incorporar um exercício assim na minha vida. Quero ser corredor de 10km.

Nada de maratonas, meus joelhos agradecem.

Quando resignar-se faz bem

Há pessoas que não estão tão interessadas em você. E, por mais que sejam feitos esforços de sua parte em conquistá-las, muitos deles são inúteis. Às vezes, a resignação impera sobre a vontade de transformar uma situação.

Aliás, em todas as vezes. Naquelas nas quais você não é o único responsável pela mudança e os demais envolvidos estão pouco se f... importando com as pequenas revoluções cotidianas.

Há pessoas com um poder apuradíssimo de crítica mas baixíssimo de auto-crítica.

Há pessoas que se negam em ver que o mundo muda, as pessoas mudam. Talvez por se acharem tão superiores que não precisam de mudanças, cegam-se ao fato de que outras estão dispostas a se analisarem e fazerem transformações internas consistentes, duradouras e significativas.

Pobres de espírito.

Atiram a primeira pedra quando, se fosse aplicada a lei do talião, deveria lhes cair uma bigorna na cabeça.

A incapacidade paterna de manter um diálogo comigo que não seja de admoestação; a incapacidade paterna de enxergar minhas qualidades; a incapacidade paterna de ver que há coisas que estão em processo e, embora não ocorram com a pressa que ele gostaria, o fato relevante é que estão indo.

Isso dói. Dói resignar-se e apostar na incapacidade paterna de ter o primogênito como um amigo. Mas dói muito mais fantasiar um pai que não existe.

Esse, tem capacidades bem limitadas. E não pode me dar o afeto de que tanto necessito.

Pessoas com transtorno afetivo de qualquer ordem são taxadas com problemas de ordem hereditária. Não posso, entretanto, tornar hereditária a dificuldade extrema em se aproximar dos entes queridos.

Afinal, se um dia tiver filhos, quero que eles se resignem por outras características minhas. Mas nunca a da quase incapacidade em transmitir afeto.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Resignação? Não!

Meus dias em São Paulo estão sendo em parte bons. A parte que está bem desagradável é constatar que meu pai vive pela metade. Dentro de uma bolha. Casa, trabalho, foda com prostitutas diferentes a toda semana... Enfim, lamentável. Não sabe a alegria de receber um abraço gostoso, não se arrisca a fazer uma loucurinha a não ser as loucuras habituais como fumar, beber vinho...

É claro, eu entro nessa jogada. Porque não faço parte do clube dele. Tenho muitas vivências a compartilhar, mas nada que ele esteja disposto a ouvir. Fala sozinho. Literal e metaforicamente.

Triste.

Chegará alguém mais perto do mundo dele. Um filho pelo qual ele conseguiu se apaixonar pelo modo de encarar a vida. Alguém que frequenta um pouco a Sociedade Esportiva da Normose. Ciúme? Um pouco, o natural entre irmãos. Sou bem mais afetivo, mais intenso, mais impulsivo, e aprendi que essas características não são demérito.

Poderia me resignar e aceitar esse jeito dele. Não convocá-lo mais à tarefa de lidar comigo.

Poderia eximí-lo da ingrata tarefa de me ver uma vez a cada três anos e, em vez disso, deitar a cabeça despreocupadamente - isso pelo visto é impossível, pois sofre de insônia há décadas - pagando minha terapia como se pudesse me restituir monetariamente como as bucetas das novinhas universitárias.

Não quero esse mundo dele. Certo que estou ainda em fase de construção do meu. Mas dizia um dos Andrades modernistas, Não sabíamos exatamente o que queríamos [com o modernismo]; sabíamos o que não queríamos.

E, pra facilitar a vida de quem não sabe nada sobre a Normose, imagine-se fazendo coisas consideradas naturais por toda a sociedade, fazê-las tendo aprovação dela, mas sofrer quieto por não saber ao certo seus mais íntimos desejos.

Meu pai não ama. Isso é a constatação mais triste para a vida de um ser humano. Encapsular-se tanto que os ares da comunhão afetiva não conseguem adentrar sua alma.

Triste Fim de Gregório. O segundo, porque o primeiro Gregório levou o mesmo fim também.

Sorte minha ser o guardião do castelo, o Edward.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Deus morreu

E foi o homem quem o matou. Agora, que pague o preço por não precisar mais ficar anestesiado. Agora, a Deusa Ciência entrou com força para suprir a brecha. Em vão. Por mais inovações tecnológicas que tenhamos, não é possível abrir mão de uma hora no dia para o deleite do ócio - criativo ou meramente perfunctório.

Era mais fácil de seguir um caminho. Agora, também é fácil. Agora, passa seguirmos a risca as orientações para sobrevivermos com uma rotina massacrante e temos como recompensa a certeza fútil de dever cumprido.

Única certeza. O direito a dúvida foi menosprezado ao extremo, a não ser em busca de novas certezas peremptórias. O destino continua existindo, continua firme e forte o desejo pela imortalidade, dessa vez terrena.

Com o risco de ser classificado como neoclassicista, os deuses gregos me pareciam mais instigantes, mais próximos de nossas paixões.

E hoje Sísifo me atormenta. Novamente, a pedra está no cume da montanha. E só resta o caminho oposto, não há como fugir de repassar por caminhos antes percorridos. O que muda é minha mentalidade de enfrentar o trecho repetido da montanha escolhido para a descida. Ficar no topo é frio, tem pouco oxigênio e a vista apesar de bonita é solitária.

Preciso recorrentemente desses ares. Mas agora cansei. Já me embriaguei da vista cá de cima. Hora de descer.

Aliás, isso o mito não conta, para os que tem fôlego e gostam de aventuras, há centenas de outras montanhas. Dominadas ou habitadas por outros deuses, deusas, semi-deuses e humanos.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Sereníssima

Sou um animal sentimental
Me apego facilmente ao que desperta o meu desejo

O restante da letra não condiz ao que sinto agora; o título, entretanto, me remete a minha nova perspectiva como ser humano.

Buscava muito certeza para meus caminhos, e, como isso não existe, eles só poderiam ser tortuosos. Enquanto buscar fazer as coisas do jeito idealizado remete a sofrimento incessante, fazer o possível, admitindo o erro não como um desvio de caráter, é o que chamo de serenidade. Não inibe o sofrimento, noites mal dormidas, tampouco quilos engordados, mas entram palavras-irmãs como responsabilidade, maturidade.


Hoje é um dia especial pelo encerramento de um ciclo. Imperfeito. Deveria ter terminado de escrever um livro. Well, esse sítio é fruto da tentativa de escrever aquele livro que nunca será impresso. Ainda que não tenha nada encadernado, os últimos trezentos e sessenta e cinco dias, para mim, foram uma trilogia.

Estou longe do que almejo. Ainda tento controlar muitas situações, acredito veementemente na mentira de que não posso dar conta de mim mesmo.

Tenho a mente bem acelerada. Isso não é uma característica exclusiva de pessoas em estado de euforia. Isso me ajuda a perder o foco, por isso me saio melhor em conversas escritas do que faladas. Numa fala é fácil de perder a linha de raciocínio, já a escrita me proporciona o retorno óbvio do foco pela possibilidade de reler o que já passou. Ainda assim, foco não é o meu forte.

A crítica em excesso sobre meu jeito acaba podando o processo artístico. O olhar é tão fixo que padece de comparações com o mundo real, tendo como referências apenas um ideal, além de intangível, pobre de significações. Claro que perco o foco. Claro que sou crítico. Mas tenho habilidade de escrever que muitas pessoas não tem. Domino português a ponto de subverter algumas regras sintáticas com o intuito de dar fluidez ao texto. Tal qual o estacato e ligado na música, uma frase, um período, um parágrafo podem ser  prolongados ou interrompidos.

Onde eu quiser.

A serenidade é saber, de antemão, que não somos culpados pelas desventuras. Não devemos nada a nós mesmos. Podemos recomeçar, se nos for dada a oportunidade. Senão fazemos novos começos. Podemos falar chavões porque nem todo texto é composto de ideias originais. Repetir? Podemos! Porque a vida é composta de muitas elaborações através do infinito exercício da repetição.

Infinito enquanto durar. Serenidade até em aceitar o fim. Os fins. O fim de uma noite maravilhosa em família (família coral da UFRGS), o fim de um dia em que houve a aproximação mais efetiva com o chefe no trabalho, em que houve a retomada do não! ao refri "normal" (como se isso existisse!), em que houve a retomada da escrita, o fim súbito mas gratificante de um texto...

FIM.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Desafio

Metaescrita, psicologia, música, amor, trabalho... E, se eu fugisse desses temas recorrentes?

Ficaria sem assunto...

Talvez dissesse dos lugares que ainda tenho que viajar. Da família que quero formar. Das histórias de amizade que quero viver e que já estou vivendo.

Talvez um evento cotidiano teoricamente banal ganhasse contornos estéticos. Um simples protesto me remeteria ao meu tempo de militante político. Uma buzina emperrada de um ônibus desse uma crônica de humor.

Mas minhas dificuldades de me desvencilhar aos preciosos temas já referidos me fazem emperrar a continuidade dessas tentativas - pelo menos por enquanto.

Há coisas na vida que tem de ter uma constância. Na arte, podemos variar... Por hoje, vou fazer o feijão com arroz, mesclando o que sempre fiz, mas com um desafio em mente. Escrever mais sobre mais temas.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Paul Walker is dead

Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar e nem perder a hora

Tell me where is the road
I can call my own


Recebi uma multa hoje. Um quilômetro por hora a mais da tolerância. Um. De quem deve-se ter raiva? Da fúria arrecadatória do governo?

Preferi começar a pensar em desacelerar minha vida.

Tenho a impressão de que se eu não executo uma ideia logo entram outras no lugar e o pensamento fica em loop, não deixando espaço para a ação. 

Recorrentemente digo que o fermento do bolo só funciona se tiver um ingrediente essencial: tempo.

E sinto que devo seguir os conselhos de um amigo: quando não se sabe o que fazer, não faça nada.

Alguma coisa tá errada aqui, agora. Contudo, para seguir a estrada que possa chamar de minha, não adianta pegar um Porsche, acelerar o máximo pra chegar lá.

Posso bater num poste como o Paul bateu.

Ou levar a vida numa boa. Deixar estar, como diria o outro Paul.

Abracadabra

Me propus um jejum de mágicas. Melhor dizendo, de ilusões.

Me considero um semi-ateu, pois volta e meia tento acreditar que exista algo divino. E sempre bato com a cabeça na parede.

Aquelas perguntas básicas de um ateu: um carro parado foi atropelado por um ônibus e o motorista morreu. Onde Deus estava?

Mas não é só isso. É no que, se existe algo superior, supremo, ajudaria se eu pedisse ajuda. Rezar, pra mim, reconforta, mas é uma ilusão que dura pouco tempo, a realidade sempre vence. E, se não vence, a fantasia de ter dado algo certo apenas por causa dos meus pedidos mais tarde acaba sendo vencida pelo próximo choque de realidade.

A realidade quase sempre vence.

Só não vence nas artes.

Vou tentar parar de procurar auxílio externo, ao menos em lugares que nada tem a me oferecer. Vou me centrar em mim. Papo antigo mas um dia cola. Está colando. Devagar.

Estou sendo meu amigo. Sem pressa, abrindo as portas com meu próprio esforço - sem abracadabra.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

velocidade

Nasci na profissão errada. Deveria estar nas pistas. Digitar rápido, outras coisas inenarráveis também rápido... Escrever só foi possível depois que o computador adentrou minha vida, para poder seguir o fluxo do pensamento.

Não tenho o mínimo de paciência. Bati minha moto queria um carro, em vez de juntar dinheiro recorri a empréstimos para poder dar de entrada. Fora o valor do financiamento.

Conheço uma menina e tenho pressa, normalmente fico atônito quando as coisas não descambam pra um apaixonamento imediato. Caso contrário, o processo "normal" de conhecimento fica tedioso.

Tédio me mata.

Trabalho bovino é um saco.

Não tenho saco pra lenga-lenga. Término de relacionamento também não sou muito afeito a longas explicações. Vamos direto pro que interessa.

O nível de aceleração de pensamento é visível quando a qualidade do meu texto é mais duvidosa.

Não gosto de voltar atrás, refazer, limpar o estrago, pra mim novidade é a palavra.

Se bem que com pessoas as coisas são diferentes. Aposto até demais em quem não deveria. Ou apostava, parece que estou mudando, a recente "onda" de pessoas com as quais eu fiquei simboliza uma tentativa de estabelecer um novo padrão frente a um paradigma de insistir no erro.

Yes, she comes again in my stories....

E, apressado, tenho a expectativa de restabelecer os textos perdidos no projeto de escrever um texto por dia pra fechar 365 textos em um ano.

OPA!! "Restabelecer" e "pressa"se deram as mãos??

Rá!

Reinvenção do cotidiano

Domingo pra segunda-feira costuma ser um dia crítico. Eu costumo passar essa transição insone. O outro dia de ressaca, óbvio.

Eterno retorno... Me pergunto se teria valido a pena passar tanto tempo sem produzir nada do meu gosto, e penso se, caso fosse necessário repetir a semana infinitas vezes, como no filme do Bill Murray no qual o tempo congela em 24h, eu iria querer.

A resposta até o momento é não, e porque eu ainda não tenho desenvolvida a ideia do todo.

Minhas progressões podem ser lentas, podem ser inadequadas, dissonantes, mas são minhas.

Preciso começar a dormir aos domingos pras segundas, sem hibernar a ponto de prejudicar a semana.

Preciso me dar conta de que as coisas podem não ser da velocidade que eu gostaria, mas que nem por isso elas estão deixando de andar.

Beijos, Cloud!


Hoje o dia não teve nascer do sol

Aeroporto Salgado Filho, terceiro andar, cinco e meia da manhã.

Não íamos decolar. Tomamos um café, o meu cortado, o dela, duplo.

Deu tudo certo. O primeiro beijo, inusitado. Depois o terceiro ou quarto roubado.

Quase tudo certo. O sol esqueceu de nascer. Há dez anos planejava ver o nascer do sol daquele local.

Hoje, tinha a companhia, tinha o friozinho, só sobraram as cumulo nimbus ou seja lá quais eram elas.

Elas sobraram. Mas não faltou carinho, conversa à toa, conversa séria, conversa engraçada.

Ganhei o dia. Desculpa, Garfield, I don't hate Mondays. At least once.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Música

Ela entrou sorrateira na minha vida, nem sei ao certo quando. Me lembro perfeitamente da "passarinho quer cantar", ou "dança dos pássaros", do Gugu Liberato.

Terminava a faixa do Long Play e eu instantaneamente começava a chorar pedindo para que repetisse. Meus pais tiveram muita influência no meu gosto. Por anos, ouvi muita música sertaneja porque era o pai que gostava.

Teve, um pouco mais crescidinho, Mara Maravilha, Xuxa, antes de entrar de cabeça e indefinidamente no Legião Urbana.

Depois dessa época de adolescente, meu gosto se restringiu a poucos grupos e cantores.

Mas, em meados de 2013, a música passa a ter papel decisivo na minha vida. Comecei a estudá-la mais efetivamente. Para quem estuda, nem preciso dizer, mas a transformação é notória.

Não é apenas o estudo em si. É a capacidade de terminar uma tarefa como compor uma música, como ajustar sua voz aos poucos, percepção individual frente a um grupo, saber a hora de entrar, ter a consciência de tempo, intensidade, ritmo, melodia, memória.

Fora as amizades.

Devo agradecer toda essa trajetória à Debora Coelho que me incentivou a procurar a professora Ana Lúcia Machry e, obviamente, a ela, que me incentivou a entrar no coral da UFRGS e a não desistir fácil das coisas.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Rendimento

Chega meia-noite. Hora de descansar. Só que não. Todas as ideias que durante o dia foram trucidadas por preocupações cotidianas vêm à tona.

Arrependimento. Aquele tempo perdido no face poderia ter lido um jornal. Poderia ter arrumado as gavetas, escrito mais, feito exercício.

Tudo. Menos o que efetivamente fiz.

Dizem que a grama do vizinho é mais verde que a nossa.

E o que dizer quando o vizinho somos nós mesmos?

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Personal Care

Foi difícil na terapia.
O radiador vazou.
Problemas com o chefe.
Ônibus lotado.
Fim de relacionamento por telefone.
Não tem coca-cola na geladeira.

Só me resta escovar os dentes, tomar banho, escrever, dormir.

Se eu não cuidar de mim, talvez não haja quem cuide.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Conto

Procurava por palavras pertintentes para poder prosseguir pelo pueril processo, pois parecia promissor, perspicaz, porém paliativo. Ponto.

domingo, 18 de maio de 2014

Enfrentamento

Enfrentar às vezes se camufla no seu extremo oposto, a arte de fugir. A arte não só de fugir, mas de arranjar com convicção argumentos sólidos - em tempos líquidos - para as desistências.

Não é problema algum desistir. Pode ser extremamente saudável. Mas deve conter um relatório bem estruturado do porquê da desistência. Desistir por desistir, além de comumente um erro, é, via de regra, um atalho para o boicote.

Pensei em desistir da psicoterapia, do emprego, do violão, do namoro quase engatado. Queria Ela, a euforia, a felicidade, a perfeição. Tive um vislumbre dEla.

Passaria em casa os dias, desistiria - esqueci de mencionar - do Direito e faria música.

Nem preciso continuar o relato. O verdadeiro enfrentamento é aquele em que se admite as fraquezas. Eu posei de forte, fui à trincheira e provavelmente morreria de bala alheia. Prova de força? Acho que recrudescer e admitir fraqueza é muito mais força, mais próximo do super-homem de Nietzsche do que ir despreparado à linha de tiro.

Enquanto isso, agradeço meu pai que me paga a psicoterapia devido minhas atrapalhações financeiras. Mas quero ter a oportunidade de falar pra ele que entendo que não há débito nenhum da parte dele em relação a minha educação. Fez o que lhe era possível, tudo o que lhe era possível. Até enlouqueceu tentando fazer o impossível, tamanha a tentativa de que a gente tivesse uma boa educação.


Teu olhar

Não é oblíquo nem dissimulado, é bem sincero e direto. Nem por isso bonito, muito antes pelo contrário. Reflete toda a angústia e preocupação de que tentas te livrar - em vão.

Esse teu olhar...

Ainda não entendeu que a fantasia não é irmã da realidade e com ela não tem nenhum parentesco? Esse laços siamescos, essa cápsula ao teu redor tentando te proteger do que é, do que já foi, e do que há de ser
são entraves para amar a vida do jeito que ela é.

E do que foi, e do que será. E que se mil vezes repetida fosse, mil vezes mais repetida quererás que ela seja. E, se ainda outras duas mil forem propostas, diria com gosto: então deixe já o eterno retorno de todo o gozo e de todo o sofrimento, de toda sorte de intensidades e durações.

É difícil desejar retornar o asco, os teus sentimentos mais mesquinhos. A ideia de ordem e progresso cegam para a necessidade de reexperimentá-los.

Desejar ficar desanimado? Desejar ficar deprimido? Angústia?

Amar a vida é conseguir não se arrepender. Minto. É se arrepender e tornar imprescindível o não se arrepender de um dia ter, até, se arrependido.

Estás na fase do arrependimento... Teu olhar te condena. Não esqueça que um dia melhora. Mas um dia pode retornar àquela fase.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Ao infinito e além

Estava procurando por notícias boas na internet. Foi quando pensei, imagina se eu encontrasse a notícia de que a partir de agora somos todos imortais? De verdade, não como o Grêmio.

Imediatamente, me passou na cabeça uma séria questão: eu não iria trabalhar amanhã. Tenho uma eternidade pra conseguir emprego...

Nem sairia da cama. Por um mês. Mmmm, quatro meses, até chegar a primavera.

A rotina nos organiza. O tempo finito nos organiza. A morte nos organiza.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Atalhos

Depois de velho fui entender a história da chapeuzinho vermelho. Passei por um atalho de um caminho pra chegar em casa, quando chegou num ponto que só não me assaltaram sei lá eu por que até agora. Decidi só usar o atalho de dia.

Mas não foi o quase assalto que me rememorou a chapéu. Foram outros atalhos. Pessoas que usam drogas pra atingir mais rápido a "felicidade", outras que são desonestas pra obter o que demorariam tempo agindo segundo as prescrições da sociedade, e há os que atalham períodos intensos de dor com o suicídio.

A arte de viver é saber administrar o ínterim entre dois intervalos de frustração da vida. Porque para saber conviver com o prazer ninguém precisa ser educado, é instintivo.

--
Me perguntei a vida toda que raios de propósito são esses aos quais os evangélicos tanto se referem. Achei uma resposta válida para mim. É ressignificar a todo momento - pois a todo momento tudo se reconfigura - os motivos que me levam a acreditar que preciso, que tenho a necessidade de fazer algo bem feito. Seja pelo prazer de ver o resultado, seja por qualquer outra insanidade que a mim me cometa de acreditar que vale a pena estar vivo.

Viver com início, meio e fim. Decido, então, no que depender de mim, espichar esse processo ao máximo, deixando para a Vida atalhá-lo quando ela quiser.

Obrigado!

Há tarefas que somos obrigados a cumprir. Outras elencamos se queremos fazer ou não.

Academia foi uma coisa que elegi. Coisa chata. Pra mim, que não tenho tanto tempo disponível, tarefa ainda mais árdua. Emagrecer é a coisa mais simples do mundo.

Simples e fácil são palavras com significados distintos. Titio Freud se masturbaria de prazer com seu charuto dizendo que há coisas que fogem completamente do controle da razão, as nossas pulsões têm motivações ditas inconscientes.

Sei lá se ele tá certo, deixei de querer saber da teoria desse cara há um tempo embora acredite na sabedoria embutida nela, mas deleguei a pessoas competentes o seu estudo.

É líquido e certo: se eu fizer as planilhas montadas pelo meu treinador, se eu maneirar na alimentação, estarei forte e magro em um tempo inferior a um ano.

Responsabilizar-se pelas escolhas sempre tem um preço. O preço da academia é o desconforto, é alguma lesão muscular, é pegar algum resfriado com choque térmico em dia frio. Mas tem os louros: ter um corpo mais condizente com minhas vontades  mais conscientes.

Pois eu acredito que essas vontades, as conscientes, possam ser colocadas em pauta também, antes eu acreditava que o domínio do inconsciente era vastíssimo.

Apropriar-me das escolhas chatas, monótonas, cansativas, mas cujo custo-benefício seja evidente e favoreça o meu crescimento como ser humano é algo que eu me sinto obrigado. Para que possa me olhar no espelho e dizer:

- Obrigado!

terça-feira, 13 de maio de 2014

A hora de agir

É incrível, mas quando estamos bem parece que fica mais fácil agir.

Não sei se acontece só comigo, mas quando não estou tão bem assim eu fico anestesiado, me dá vontade de não fazer nada.

Descobri que é justamente nesses momentos em que a ação é mais fundamental ainda, muito mais do que nos momentos de bonanza.

Desistir do que se faz bem, ficar entrevado em casa são artifícios que eu utilizo buscando que algo externo venha a me amparar.

Mas aprendi de maneira não muito ortodoxa que é mais rápido o fim do mal-estar se a gente se move.

Tudo isso pra me desculpar que não fui à academia, quase desisti do violão... Coisas que faziam todo o sentido pra mim e de repente, num passe de mágica - ou magia negra - passaram a ser descontruídas.

Consegui, contudo, prescindir do mal-estar e voltar a investir em mim.

Não que necessariamente vá continuar fazendo violão, não que vá virar rato de academia, mas que se tiver que trocar essas atividades por outras  - como o estudo - que seja feito de forma coerente.

Boa tarde, cloud!! Espero te ver de novo à noite.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Rodei na baliza

É fato. O primeiro exame de direção rodei na baliza.

Mal saberia que havia muitas outras balizas na vida... Algumas vezes, inclusive, desprezei a existência da baliza, do examinador, enfim, de tudo ao meu redor, e parei em postes. Meses de traumatologia.

Uma vez, cinco anos me recuperando de um "acidente".

E me acostumei a chamar atenção das pessoas pelo meu lado fraco. Sabia que os verdadeiros amigos seriam aqueles que estariam lá me vendo acamado.

E peguei gosto pela cama. Pelas visitas no hospital. Discursava do quão desumano são os ambientes de recuperação.

Até que um dia me dei conta que poderia me desvitimizar e ser condutor da minha história. Sim, com ajuda, mas eu seria o maestro da minha própria vida. Adeus, hospitais desumanos.

Não fiquei mais rico, não fiquei mais magro ou mais gordo, mas fiquei responsável. Às vezes com uma vontade louca de voltar a me desresponsabilizar.

Quero, agora, chamar atenção dos outros pela minha força, inclusive. Solicitar não só ajuda, mas companhia para os bons momentos.

Hoje eu dirijo bem melhor que aos dezoito. Já bati o carro estacionando, mas nada que uma chapeação e pintura não resolvesse.

E espero poder dar carona a muita gente disposta a trilhar meus (des)caminhos.

sábado, 10 de maio de 2014

Pai Dudu de Oxalá

Prevejo que estarei com 100kg e um touro daqui a um ano.

Prevejo que terei mais amigos fora do face em seis meses.

Prevejo que estarei na UFRGS em três meses.

Prevejo que serei membro efetivo do Coral em um mês e meio.

Prevejo que estarei bem melhor em 22 dias.

Prevejo que terei mais encontros em 11 dias.

Prevejo que não faltarei ao trabalho em 5 dias.

Prevejo não trazer o amor perdido em três dias.

Prevejo não errar nenhuma previsão em 24horas.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Check List

Uma tarefa de psicologia cognitivo-comportamental preconiza acostumar o cérebro a registrar as pequenas evoluções cotidianas, apontando, inclusive, coisas que parecem tolas como escovar os dentes, arrumar a cama, até as mais elaboradas - como procurar não ficar alto.

Pois bem, parece que uma característica da contemporaneidade é fazer tudo como se estivesse preenchendo tal listinha, mas não para se orgulhar e bater no peito dizendo: yes, I can. Mas sim de outra forma, eu preciso fazer tais tarefas como mera obrigação.

E uma hora isso sufoca.

E levamos o cachorro pra passear, e transamos com a namorada, e tiramos o final de semana pra ir ao parque, ir ao cinema, tudo pensando em itens a serem verificados numa suposta checklist.

Comemos bem, somos bonzinhos com nossa alma e a alimentamos com música, até respeitamos a faixa de pedestre.

Não passa, muitas vezes, esse cidadão exemplar, de uma fuga de assumir suas verdadeiras vontades ou da incapacidade de vivenciar os processos.

Existe uma linha tênue entre vivenciar o processo e executar o processo. Vivenciar remete à vida, e executar, preciso dizer?

Insônia é um tema instigante. Muitas vezes, como somos obrigados a preencher checklists o tempo todo, a nossa mente se recusa a obedecer a mais uma ordem insensata. Ela quer oxigênio. Precisa ser artista, precisa romper com a lógica do dever cumprido e comprido.

Ela obriga a refletir tudo o que é incapaz de ser vivenciado, mas sim executado. Debilmente, no meio da madrugada, cede espaço ao sono inquieto, pesado, para que o inconsciente comece a tramar suas estripulias. Voto vencido, o sono vai embora com o toque do despertador.

Para que, pelo menos um item do checklist fique só pro final de semana - o sono.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Falha minha (dois em um)

Ontem fui dormir muito cedo e não escrevi nada a respeito. Como um dia é plenamente recuperável, digo agora as impressões de um dia extremamente difícil, no qual os padrões de comportamento antigo vieram à tona e quase me paralisaram.

Pedi ajuda. Aliás, pedi ajuda a semana inteira. Ganhei ajuda do conjunto 408 e da Cris.

Quero dar ajuda. Literatura e inglês parecem ser mais a minha cara do que Direito. Prefiro me abster de ter opiniões unilaterais como as preconizadas pelo Direito.

Estpu com ptrguiça de escrever, mas digo que pretendo voltar à escola e voltar à rotina normalmente.

Fica esse dia valendo dois em um, por ontem e por hoje, sendo ambos especiais por eu ter autocontrole e não voltar a chafurdar.

terça-feira, 6 de maio de 2014

De novo ela à tona

Falava eu sobre reciprocidade, pois bem, ela de novo... Disse um dia que não precisava dela pra ajudar alguém.

É ótimo dizer que quando ela existe é ainda melhor.

Estava enfrentando uma espécie de luto por entrar de cabeça no mundo das responsabilidades, no mundo dos adultos, e buscava um privilégio pra que fizesse sentido prescindir do meu jeito infantil de lidar com os compromissos.

Queria muito que uma companhia feminina selasse esse um ano longe de nosocômios. No entanto, o que vi é que é incipiente o movimento de conseguir alguém... Ainda estou sofrendo pois nem sei ao certo o que eu quero.

Companhia, respeito, fidelidade, carinho, atenção, quem não quer? Agora, as especificidades, os assuntos em comum ou incomuns, os gostos e desgostos não sabemos ao certo com quem queremos compartilhar momentos de nossas vidas.

Passei dois dias longe da Câmara. Suficientes para rever meus conceitos de estabilidade no trabalho. De que adianta ganhar bem se 40 horas de sua semana são absolutamente inúteis? E, com a capacidade que tenho de passar em concursos, posso ganhar bem trabalhando apenas 30h semanais.

Mas escapei de falar de reciprocidade. Ela, de novo, à tona. A Cris me ajudou nesse dia que era pra ter sido tão mais ou menos e foi tão especial.

A Naidel, com 10 minutos de conversa, me deu um ânimo que eu fiquei surpreso de saber que estava tão perto de encaminhar as coisas pra um rumo coerente novamente.

Talvez seja demitido amanhã. Talvez minha imagem na Câmara não fique das melhores - em verdade, já não está.

Talvez eu venha a ter que enfrentar consequências desagradáveis pelas minhas atitudes de desresponsabilização. Talvez o remédio realmente tenha dado uma alteração nas rotas sinápticas.

Mas é certo que não vim até aqui pra desistir agora.

Beijos, cloud.

Bom dia!

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Carvalhos e Crises

Meus pensamentos parecem sempre a continuação de uma sessão psicoterápica.

Penso horrores em melhorar, no quanto estou bem, no quanto já estive pior... Na minha incapacidade de tolerar determinadas frustrações...

E relacionamentos amorosos sempre foram o meu ponto fraco, eles conseguem me desestabilizar facinho, facinho. Lembro de um dia em que já no ônibus indo pro Fêmina parecia que eu ia desmaiar, um incômodo muito grande, apenas porque uma menina não havia falado comigo depois de eu ligar pra ela seguidas vezes.

Well, cloud, abrindo meu coração para aqueles que te observam... Já disse aqui que tinha problemas afetivos? Pois então, isso interfere diretamente na quantidade e qualidade dos relacionamentos tanto amorosos quanto os demais.

Me entrego demais para amigos, colegas de trabalho e mulheres. Esgoto (ó) relações antes mesmo delas terem meio, parece que eu sou intenso demais, chato demais, insistente demais.

De nada adiantaram boa aparência, educação, bom papo, bom beijo, para persuadir as três meninas com as quais fiquei nas últimas duas semanas a permanecerem ficando comigo.

Me enfiei num barril de Carvalho e entrei em Crises. E estou um pouco desacostumado a reagir frente as minhas necessidades, não sei o que me satisfaz. Não sei o que gostaria de fazer, cogitei fazer uma viagem, me desligar do mundo, mas a volta à realidade é sempre mais dolorosa do que o benefício fugaz da fuga.

Tô tentando pela bilionésima vez uma transfusão de ânimo, parece que eu estava tão bem e fiquei tão decepcionado por ter fugido do trabalho hoje.

Isso interfere na qualidade do restante da vida.

Eu sei que preciso mudar algo, do jeito que tá não dá. Mas mudar o que, pra que, como, quando?

domingo, 4 de maio de 2014

Tensão

Como será o amanhã
Responda quem puder
O que irá me acontecer
O meu destino será como...
Como?

Hoje procurei motivos pra dizer que o dia foi especial. De verdade, estive tenso o dia inteiro. Me encontrei com o vô, com o Helio Damiani, fui a shopping... Nada capaz de aplacar a ansiedade.

Foi o típico dia de me preocupar com o amanhã. Consegui anular completamente o dia de hoje. Não aproveitei as músicas que cantei, não curti o telefonema bem elaborado para a enamorada, não passeei despreocupadamente pelo shopping... Tava feito o coelho da Alice, é tarde, é tarde, é tarde até que arde.

Queria fazer alguma coisa pra modificar a situação, e não havia mais nada a ser feito a não ser deixar de ser cego e aproveitar tudo o que estava ao meu redor. É lastimável o tempo despendido pensando em coisas inúteis, em tentativa de controle sobre coisas que só o tempo dirá que são viáveis.

--
Talvez o balanço de um ano longe da Santana tenha me deixado pensativo. Parece que a vida é um absurdo. E tentamos esquecer disso o tempo buscando lógica no que é ilógico por natureza. Por mais companhias que hajam, uma hora a solidão, perniciosa, vem e te lembra da maldita finitude. Da nossa fragilidade, do eterno vir a ser, expressão que até é contraditória, pois configura como nada eterno, mas sim tudo mutável. Full time.

Mudaram muitas coisas. Minha agilidade, meu compromisso, meus contatos, meu ânimo. Ainda tem uma voz gritando bem alto: para quê?

sábado, 3 de maio de 2014

Só hoje

Hoje eu preciso te encontrar de qualquer jeito
Nem que seja só pra te levar pra casa
Depois de um dia normal

Prometo que volto a falar sobre outras coisas do meu cotidiano, mas no momento estou embriagado com ela...

Beijar no elevador pode parecer trivial. Um primeiro beijo no elevador já não é tão trivial. Em qualquer elevador pode até ser comum, mas no elevador da Casa de Cultura...

Não namoramos à luz do polo petroquímico, pois o lugar onde dava vista pra lá estava lotado.

Bom, pra variar contei o ápice sem introduzir...

Estava eu dobrando a entrada da Casa quando me interpela uma mulher com livros na mão, querendo vendê-los. Não quis ser indelicado, mas meu rabo do olho já tinha notado a presença de uma mulher muito mais encantadora e com a qual eu tinha um encontro. Foram sessenta segundos que me soaram como sessenta minutos ter ao meu lado alguém me esperando e ao mesmo tempo sem querer parecer estúpido com alguém que vive de literatura. Depois de dispensar a vendedora, pensei em algo que disse a ela - à encantadora - somente ao me despedir: és mais bonita ao vivo do que nas fotos.

Essa é a magia dos movimentos que a estática nunca pode fazer com pessoas como ela. Eu, é diferente, por não ter tantos movimentos, caras, gestos, olhares diferenciados, talvez fique melhor na foto. Ser bonito inclusive em movimento, ou principalmente em movimento, é pra pessoas ímpares.

Ao pedirmos nosso café, chega um terceiro elemento extremamente inconveniente que avisou que apareceria mesmo eu tendo dispensado sua presença de maneira bem ríspida: o nervosismo.

Ele me acompanhou durante a noite toda, dando inclusive a sensação de que não estava gostando da conversa. Eu estava, sim, tentando dar atenção merecida e driblar paralelamente minha suposta falta de assunto.

Sim, eu tinha opinião formada sobre o assalto do palácio da polícia, sim, tinham coisas que me chamaram a atenção e eu gostaria de dividir com alguém, mas minha mania de perfeição tentando escolher a melhor hora pra falar o melhor assunto no melhor lugar me deixaram mudo. No final, a leitura de um escrito meu pensando nela a fez dizer algo que eu escutei mas até agora não acredito que tenha sido isso e fiquei com muita vergonha de perguntar se não escutei errado:
- Ganhou.

Sei lá se foi isso, mas a dúvida de que fosse outra coisa me fez não beijá-la naquele momento, e fiquei completamente sem ação.

Se soar um dia ao meu favor, digo que homens de atitude tem, às vezes, atitude de cautela, respeito. Mas, logo em seguida, mostrei minha atitude no elevador, como havia falado. Levemente trêmulo... Mas isso não precisa constar nos autos...

Sou uma pessoa que gosto de conversar, portanto tenho assunto, gosto de descontrair mesmo sendo mais sisudo. Nos próximos encontros - e pelo beijo de despedida acredito que terão novos encontros - estarei mais relaxado.

Permita-me, cloud, só por hoje, falar de novo sobre amor.... E como o hoje é o ontem do amanhã, talvez amanhã diga de novo: só hoje, como cantou o rapaz no café.

Como diriam os  telefonistas a uma hora dessas, apesar de ser pouco passado de meia-noite, bom dia!

Medinho

Ainda não nos conhecemos. Querendo ir aos poucos, decidi ligar antes do encontro, para ver como nos saímos numa conversa.

Deliciosamente nervosa, assim ela se definiu - o deliciosamente fica por minha conta. Assuntos cotidianos, triviais, mas que ganharam uma conotação de conversa compromissada...

Quando disse que não iria sair, ela disse: ufa! e completou: mas ainda não posso interferir. Não preciso dizer que esse "ainda" soou como música aos meus ouvidos.

Este sábado me dá certo medinho. Ao vivo e a cores tudo é diferente. Fotos, elogios, conversas boas não são necessariamente suficientes.

Estou tão cauteloso que me poupo inclusive nas palavras no blógue, com receio de me entregar antes do tempo. Mas, como disse um pequeno poeta de nome Eduardo, há jogos nos quais quem dá as cartas é o coração. E ele apostou alto.

Carreira curta de poeta, que talvez ressuscite frente a estímulos novos. O maior estímulo tem que ser a gente mesmo, mas é ou não é bom ter uma boa companhia?

O desafio instantâneo é respeitar etapas. Nos conhecermos, permitir saber um do outro tudo aquilo que nenhum facebook, blógue, telefonema é capaz de saber.

Experimentar a rotina, querer enfrentar juntos os problemas...

Mas, peraí, nem ficamos ao menos.... Já estou criando expectativas de novo! Me parecem, contudo, mais embasadas.

As próximas três horas serão de suspense... Em poucas horas, devo escrever sobre o encaminhamento que dei ao meu medo.

Bjs, cloud.

Dudu

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Início

Inocentemente, numa conversa de mais de cinco horas, começamos a nos conhecer. Somos educados, fiéis, afetivos, inteligentes, já torcemos pro Grêmio algum dia - ela ainda torce -, estudamos no Parobé...

Estou cansado de inícios irregulares. Não há como predizer o futuro, mas se há uma diferença substancial na Chris é a reciprocidade. Ao menos em demonstrar interesse para se conhecer... 

Nada mais asfixiante numa conquista do que apenas conquistar sem ser conquistado.

Depois de ver nossas qualidades, nos pedimos em casamento nove vezes, aquela brincadeira com intenção de se desvelar um dia como desejo realizável.

Foi um bom início.

Se depender de mim, terá início, meio e um fim que não precisa ser término. Mas daí não depende só de mim, depende de nós. 


quarta-feira, 30 de abril de 2014

Grêmio, melancolia, hipocrisia e anjo rebelde

Futebol é uma dança que eu tento, mas não consigo ver lógica e poucas vezes vejo arte. Mas mesmo assim fui ver grêmio perder nos pênaltis para o time do papa.

E lá encontrei João, um cara bacana. Somos colegas de coral, e temos afinidades como Legião Urbana. Colegas de melancolia também. A melancolia não tem cura, dizem.
Até que acho bom, pois a lástima da perda de um objeto que não se sabe exato qual é pode ter duas consequências: a paralisia ou a tentativa incessante de movimentação pra suprir a falta dele.
Estou no segundo andar da carruagem.


Hoje tive uma reunião na qual foi apontada uma certa falta de disciplina no trabalho. É, não é porque é serviço público e não se tem nada pra fazer que estou autorizado a consultar no horário que melhor convier a mim e a terapeuta.

Hipocrisia cobrar tanta minúcia de um servidor-estagiário. Mas entendo que há vontade do setor de recursos humanos de por ordem na casa.

A realidade é que existe uma hipertrofia nos órgãos públicos, e talvez não seja culpa dos servidores. O gestor fica pouco tempo em posições-chave, o fiscal que deveria ser o povo não atua. Podem me exigir rigor, horas-bunda sem fazer nada que foi o que fiz nessa semana. Tenho que dançar essa outra dança sem lógica e sem arte. Sem reclamar, pois ela é trampolim para meu futuro emprego, ela me garante carro, plano de saúde, alimentação, remédio, roupa...

Mas que é deveras entediante, isso é.


E o meu anjo rebelde está se aproximando... Mensagens de afeto... Ela vem tocando a rotina, como ela diz, meia-boca, dando aulas meia-boca, esperando ficar melhor.

Escrevo bem meia-boca esse post, sabendo que dias de inspiração melhores virão. Mas preciso deixar grifadas as sensações desse dia especial nessa cloud - esperando que ela desanuvie eternamente em terras sedentas por coisas boas.

Porque acho uma coisa boa escrever, acho bom o que escrevo e acho bom incentivar a escrever.

Bom dia!

Quando a recíproca não é verdadeira

Costumamos balizar nossos relacionamentos como uma mão dupla: eu faço, mas de certa forma espero ser ajudado quando você for acionado.

Há, contudo, um jeito de ajudar no qual a mão dupla se estabelece no próprio momento da troca. A própria aceitação da ajuda pelo necessitado pode ser considerado como um jeito de ajudar quem ajudou.

Se massageia o ego, se alimenta a onipotência, não sei direito, mas é gratificante poder ajudar sem depender de reconhecimento.

Pelo menos, cria-se menos expectativa e, portanto, se fica menos suscetível a frustrações.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Vazio

Aquela sensação de que algo está faltando. Essa porra é capaz de me meter em muitas enrascadas. Ficar insatisfeito com o que já se tem. Ficar triste sem motivo aparente. Querer mais mesmo tendo o suficiente. Ansiar por um momento que se tenha algo que nem se sabe ao certo o que é. Arrepender-se dos caminhos tomados. Deixar-se levar por propostas de preenchimento instantâneo fugazes e cair na realidade com decepção. Tentativa de evitar a tristeza, de viver a vida em momentos sempre plenos.

Feito é melhor que perfeito, e a distância entre o feito e o perfeito é preenchida por esse vazio. Para diminuir o vazio, há de se aumentar a quantidade e qualidade do feito, deixando menos espaço pro vazio.

Tanta teorização pra dizer que minhas relações todas de hoje - chefe, arthur, cláudia, cris, tef, ju, mãe, fernando - não preencheram o meu vazio.

Ele é um monstro que precisa ser constantemente amansado, e quando não há ninguém para ajudar a distraí-lo, a gente precisa criar mecanismos de enganá-lo ou convencê-lo a não nos comer - pelo menos não agora, e assim vamos domando-o até a morte.

Ficava pensando em como seria a vida de um porteiro. O dia inteiro atrás de um balcão dando bom dia, boa tarde, boa noite, sem ter uma rotina com atividades mais elaboradas.

E descobri que, por mais consideradas elaboradas que sejam as atividades, a gente cai num esquema de rotina massacrante de qualquer jeito, basta encarar da maneira errada o cotidiano. Existe jeito de ser aborrecido em qualquer profissão.

E em qualquer amor.

E em qualquer amor há vazios.

3...2...1...

Regressão... Voltar a patamares dantes reconhecidos como bons porque a atual conjuntura parece estranha... Assim foi o meu domingo, em partes.

Dormi - o dia inteiro, esqueci de tomar remédio, não escovei os dentes antes de dormir... Mal e mal saí de casa pra levar a Neca pra passear...

Não me arrependo, porém, de ter dormido o dia inteiro, pois foi fundamental para me recuperar para o início dessa semana. O que talvez eu considere arrependimento tenha sido acreditar que a Cris fosse passar a tarde comigo.

Teve o episódio de domingo também no qual eu tirei ela do sono profundo e a mandei ir pra casa. Isso mostra o quanto fiquei com raiva da falta de carinho que ela tem por mim. Não que ela não goste, mas ela procura algo que a preencha, não uma companhia.

E eu sou uma boa companhia.

Sou?

Sou.

E também não sou.

Ninguém é o tempo todo, ou quando quer, como num botão on-off.

Posso, contudo, me tornar melhor companhia pra mim mesmo, evitando, assim, o sentimento de carência.

Antes de olhar no dicionário, eu conceituaria carência como uma espécie de vontade primitiva de ficar com outra pessoa. Sendo assim, não há critérios elaborados para esse fim: se há gostos em comum, se há compatibilidades bastantes para se ficar juntos. A carência tem por demanda suprir um objeto de desejo instantâneo, fugaz e, muitas vezes, danoso - por desconsiderar o conjunto dos elementos presentes na convivência com determinada pessoa.

Já a escolha racional de se ficar com alguém se dá de maneira bem mais estruturada, desapressada e coerente não apenas com desejos instantâneos mas também com outras peculiariedades de um vínculo efetivo: respeito, atenção, carinho, consideração, afeto...

Ninguém é capaz de suprir todos esses elementos a contento o tempo todo, entretanto num relacionamento não baseado na carência somos capazes de crescer como indivíduos e como casal.

Um dia espero alguém pra concretizar esse projeto, enquanto isso...

Não vim até aqui
Pra desistir agora
Entendo você se você quiser dar o fora
Não vai ser a primeira vez nas últimas 24 horas.

sábado, 26 de abril de 2014

Bom início de fim de semana

Hoje passeei com a Cris, praticamente fiquei com ela o dia inteiro. Fomos na Redenção, no shopping, levei ela numa consulta (sim, ela também sente falta da euforia assim como eu), fiz janta... Ela continua sem conseguir diferenciar as suas necessidades das dos outros.

Não sei se eu quero me enganar, acredito que ela goste de mim. A realidade é que ela ainda, e quiçá sempre, me consome tal qual a sibutramina.

De qualquer forma, experimentei uma sensação que até então não conhecia de se querer bem de se querer quem se tem...

Pode ser que eu acorde desse sonho em breve, desse controle travestido de solidariedade.

Mas o que me deixa feliz é que, em vez de ficar insistindo numa tentativa inútil de que ela fique comigo como eu gostaria, estou seguindo em frente.

A gente pode fazer escolhas erradas, mas jamais, jamais elas podem interferir de maneira a destruir tudo o que vinha sendo construído através de outras decisões.

Estou perdendo o medo de errar. Me arrisquei bastante ficando com a Cris pela milésima vez. Ela é sedutora porém muito hábil na arte de manipular. Também é autodestrutiva. Entretanto até sua tristeza parece alegre, ela irradia alegria. Não há como dissociá-la em várias Cristianas, mas eu tenho limites reais de envolvimento que me machucam. Não é bom investir num pseudonamoro. Seria pior ficar sozinho?

O que eu quero da Cristiana então? No que ela me ajuda? Um fato singular é a minha carência, de alguma forma sou importante pra ela. O simples fato de eu ter consideração por ela apesar de ela ter aprontado comigo a aproxima de mim.

Indulgências não serão vendidas mais!!

Será?


Enquanto isso, vou tentando descobrir no que a companhia dela tornou meu dia tão especial.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

À sombra da onipotência

Queria ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer

Precisei de algo forte para ter gana de escrever.

Aconteceu ontem. Foi transcrito aqui. Eu voltei a ficar com a Cris. Tentativa de transformar o outro sem que haja um legítimo desejo dele disso. A gente tem que aprender a lidar com a frustração, e eu quis ajudá-la. Ela vai me ligar, eu vou atender... Mas não vou apelar pra carência, não é saudável. Saudável foi eu ter feito todas as coisas sem que este episódio me paralisasse.

Sempre vou estender a mão à Cris. Não mais como namorado, mas como alguém que se solidariza com uma pessoa que tem plenas condições de ter um futuro digno mas se limita em prol de uma estabilidade medíocre. Sim, a euforia também é uma estabilidade, é uma rotina. E, assim como no coral, repetir a mesma nota, a mesma rotina pode ser muito mais desafiador do que o lugar-comum de trocar tudo à mínima coisa fora do planejado.

Tive vontade de presentear a Cris pela atitude dela de ficar comigo, por ela ter querido tomar decisões. Primeiro, ambos estão errados, pois eu não tenho que presentear e ela sequer tomou uma decisão.

Patience.

Por que não desisto? Porque houve um vínculo forte?

E por que tenho expectativa?

Eu posso conduzir uma amizade. Mas eu quero essa amizade? Ela não consegue se diferenciar d'outro. Ela não me procura sexta à noite.

Dia especial por ter me permitido experimentar algo considerado errado mas que o desejo falou mais alto. Significa que estou mais forte pra tolerar possíveis frustrações.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Segurando ímpetos

Tem dias que vai dar vontade de escrever mais de uma vez por dia, e, para segurar essa vontade, vou escrever mais de uma vez mas vou publicar apenas uma.

Hoje é esse dia. Tive vontade de regredir, o sono voltou a ser protagonista,  querer desistir de trabalhar, do Direito, tudo voltou a cena. Mas morreu no setting terapêutico, local adequado para eu fazer minhas cenas bizarras, surreais e legítimas.

SIm, legítimas, pois tem sua função. E estou endereçando em locais adequados a tarefa de regredir, espero que consiga fazê-lo assim para todo o sempre, ou pela maioria das vezes.

Regredir não precisa ser deletério. Pode ser um resgate... legítimo...

Minha falta de coisas para fazer aqui na Câmara precisa ser direcionada para contatos, leituras, estudos...

Há a expectativa de aproveitar esse tempo ocioso para terminar a faculdade.

As agruras de não trabalhar em algo que se gosta podem ser substituídas por uma carreira legal na área do Direito. Procurador, Juiz, advogado, promotor, defensor público....

Tenho n possibilidades...

Não preciso deixar a música de lado. Até pelo contrário, tenho que conhecer melhor meus colegas e me aprofundar na música, mas sem deixar minha carreira escanteada por algo lúdico.

E, pra finalizar a noite, voltando a crer na humanidade... Voltei a "conversar" com a Cris... Com muita cautela.

Cloud, vc não imagina o friozinho ruim na barriga que estou. Não consigo endereçar esse friozinho...

Espero não criar muita expectativa a respeito da Cristiana, que pelo menos eu ofereça a mão e, se ela quiser, pega e a gente começa uma relação saudável.

Bjs,

Dudu

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Decepções

Um dia pode ser considerado especial quando as decepções que você encontra pela frente se transformam em aprendizado. Ou conseguir seguir tocando o barco apesar das limitações alheias.

Queria muito que a Fran me respondesse, mas ela não quis e eu não tenho ingerência alguma para fazer ela gostar do meu jeito.

Disse ela que haveria um terceiro encontro, mas, misteriosamente, não atende o telefone, não responde skype, torpedo...

Pensei em mandar flores, em ir conversar com ela no intervalo do almoço, em mil coisas, mas a que mais me deu alívio foi um conselho de uma colega de coral:

- Se você parar de procurá-la, haverá dois resultados: ela sentirá sua falta e te procurará ou não sentirá falta alguma e você se livrará de um grande estorvo.

Consolador, não?

Eu tenho a minha linha linha de ação impulsiva e às vezes é bom agir segundo o que os sentimentos ditam.

Entretanto, ainda preciso calibrar essa minha capacidade de me embrenhar em novas relações para que aqueles que eu me meter possam se tornar vínculos sadios, recíprocos, duradouros.

Tenho sentido falta de amizades, hoje convidei o João do coral para comermos um xis no jogo do Grêmio contra o San Lorenzo.

Pensei nisso graças à dica do meu dentista que me aconselhou sobre relacionamentos, falou sobre seu filho que, por ter ficado careca no vestibular, perdera a namorada que depois tentou reconciliar com ele.

De volta vem a questão: para que quero um relacionamento? Será que não estou projetando a felicidade encima de alguém? Ninguém é capaz de te fazer mais companhia do que seus amigos, colegas, e principalmente do que a si mesmo.

E é aí que me refiro. Quando serei uma melhor companhia pra mim mesmo? Quando irei me orgulhar das coisas que faço? Quando conversarei comigo? Tocarei músicas pra eu ouvir?

Foi um dia triste porque fiquei desiludido. Perdi uma ilusão que era gostosa - literalmente, rsrs... O senso de humor continua, pelo menos.

Em breve, estarei apaixonado por outra moça. Mas só deixarei isso acontecer com mais indícios de que vale a pena.

Apesar da tristeza, fiz tudo, e é por isso que hoje foi um dia especial.

Bjs, cloud, acho que vou correr de novo.


Um dia normal

Não ser fora do comum parece ser muito monótono. Mas é desejável, fortes emoções full time derrubam qualquer um. Ontem, escrevendo hoje, cuidem bem de mim, e ainda por cima não cumpri tudo o que me planejei e não me senti culpado por causa disso. Talvez por esse fato singular tenha sido um dia especial.

Fui na galeteria com a cunhada no seu aniversário, fui na psicóloga, cumpri rotinas do trabalho, procurei meu anjinho...

...Anjo rebelde... Ou cauteloso demais...

Gostaria de ter arrumado o quarto, mas fica pra outro dia, quem sabe hoje? Gostaria de ter corrido, mas priorizei o galeto. Decisões. Nem tudo sai conforme planejamos, aliás, muito poucas coisas saem conforme planejamos até porque temos o costume nefasto de planejar coisas que fogem de nossa alçada.

Ontem não teve as piadas do Arthur... Não teve o café com o pessoal do Memorial.... Não teve nenhum evento que se pudesse dizer, nossa, que dia significativo...

E justamente por ter enfrentado esse dia com dignidade e altivez é que considero um dia especial. Até porque teve conversa com a Ju no intervalo, teve o café da Naidel, teve som no carro...

E hoje pretendo escrever sobre hoje. Não querendo dias espetaculares sempre, mas fazendo até dos dias normais, dos dias difíceis dias especiais.

Porque viver é muito especial e se tem notícias de que se vive apenas uma vez, até que se prove o contrário.

Beijos, cloud! Até algumas horinhas.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Procrastinar

Tem dias que escrever aqui vai ser o maior saco, e o desafio desse dia será tão-somente o ato de escrever fazendo dessa rotina algo que tenha razão a longo prazo.

Hoje, um grande trunfo: consegui correr e caminhar alternadamente meia hora. Mas é grande mesmo, pois arranjei todas as desculpas possíveis para deixar de fazer isso hoje, e num lampejo de lucidez eu decidi encarar de frente essa etapa para o meu emagrecimento e qualidade de vida em geral.

Tenho muita energia, e ela deve ser gasta com atividades o tempo todo. Preciso ficar cansado à noite, para ter um sono restaurador. A atividade física só virá para beneficiar. Salvo uma contusão que outra...

Preparei minha primeira lista de exercícios de matemática pré-prova. Fiquei orgulhoso de mim, e agora externo esse sentimento por ter conseguido encarar de frente essa etapa para o meu desenvolvimento como pessoa, ajudando pessoas que me ajudam também.

São gratificantes os relacionamentos de mão dupla, como esses professor-aluno nos quais há uma contrapartida de quem me contrata. Nos relacionamentos amorosos, exijo que seja assim também... Tenho receio de que o meu anjo não queira retribuir os meus afetos, isso me deixará triste caso se confirmar...

Será que terei maturidade caso ela queira só amizade ou nem isso? Nem isso será fácil, basta esquecê-la, talvez a novidade para mim será aceitar que uma mulher pode gostar de ti de diversas maneiras que não a amorosa e nem assim desgostar de ti...

Ti, Eduardo Macedo, professor de Matemática e ex-procrastinador.

Que essa semana curta seja bem curtida, com coral, dentista, psicóloga, Ana, almoços, violões, cantorias dentro do carro, risadas com a Arthur, cafés com o pessoal do Memorial...

E a felicidade a gente não pode procrastinar, sob o risco de estar morto durante a vida.

Vamos deixar os zumbis para a ficção?

domingo, 20 de abril de 2014

Começando

E a rotina crescia como planta
Engolia metade do caminho

Renato Russo

Escrever algo que fosse engraçado, que tivesse um propósito, e fosse interessante é uma ideia que me assola desde 1997, quando estava visivelmente despreparado.

Escrever é para ser algo que te conduza por uma via avessa à mesmice. Já chega as tarefas que são comumente feitas como cuidar do corpo, do dinheiro, da casa, ainda imputar no modo de escrever uma rotina?

Tem de ser algo, portanto, libertador, uma espécie de permissão para extravazar, uma euforia contida - se existisse euforia contida.

Buenas, a proposta desse blógue é narrar situações ocorridas no dia que suscitaram desafios ou que tenham deixado um gostinho de dia especial. Quando a vida não se encarrega de tornar os dias assim, a gente tem o livre-arbítrio (perdão, Dawkins) para torná-los suportáveis com a criatividade.

Comecemos por esse domingo... Recebi um torpedo me mandando beijinhos com gosto de chocolate... Espero que os beijos virtuais de chocolate se transformem em reais, ao vivo, pelas circunscrições do trabalho do meu anjo...

Hoje o desafio feito por mim foi começar uma leitura mais densa. Li um conto de Machado de Assis. Parece pouco? Estou há dez anos sem ler de maneira sistemática. É um período longo, e comecei aos poucos. Me propus a ler um romance de pouco mais de cem páginas do Duca Leindecker antes de encarar o patrono da ABL.

Também rememorei coisas boas que escrevi no face, tipo

Das responsabilidades

Nossos pais eram o orgulho da Nação
Agora é nossa vez
Danação!

Também passeei na Redenção quando eu queria ter ficado amuado em casa esperando o contato do meu anjo. Esforço em ficar bem.

Não sei se ela será minha namorada, nem sei se voltaremos a ficar, mas os poucos momentos que tivemos e o simples fato de eu a ter conquistado por dois almoços me fez flutuar por dias a fio. Quarta foi mágico. Após o ensaio do coral, eu estava dirigindo e cantando em voz bem alta, tanto pelas emoções do dia quanto pelo elogio dos colegas em relação a minha voz. Quinta, arrisquei o encontro novamente, e foi sensacional, pude ver um sorriso que definitivamente fui em quem ajudei a produzir com o meu poder de sedução.

Ser potente, não ficar paralizado pelo medo de que as coisas deem errado, é uma experiência recente pra mim. Não duvidar das minhas capacidades, entre tudo, tem uma data que escolhi de início: 11 de março. Foi o dia que cheguei consternado na sala da Ana Lúcia e ela me falou de todas as coisas que eu era incapaz de enxergar. Escrevemos uma lista que está estrategicamente pendurada no meu quarto, afim de que eu fixe ao olhar frequentemente tudo o que minha mente sabotadora me omite.

A mente mente... Dizem os meditadores... E mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira....

Mas quero que fique como marco nesse dia a leitura. Não há como ampliar o discernimento das coisas se eu ficar limitado a ler conteúdo de internet. Os livros são um manancial imprescindível de conhecimento e formação de opinião.

E o tempero disso tudo foi a minha até então camuflada capacidade de conquistar uma mulher cujos interesses por mim me interessam, ao avesso de outras cujos interesses por mim não me interessaram.

Mas, sem querer apagar o que já foi dito, talvez o desafio maior não tenha sido se propor a ler novamente, mas sim encarar o Universo da escrita criando mais esse blógue. Encarar-se escrevendo e reler o que já foi escrito é um exercício não sempre agradável. Como passos de dança, às vezes se fica muito duro, às vezes cansa, às vezes não há compasso entre a dança e a música.

Tenho tarefas importantes para a semana, mas, sem sombra de dúvida, a de maior ansiedade é administrar o sentimento que, tenho que admitir, é de um apaixonamento pelo meu anjo ainda que não tenha muitos elementos para arguir se ela é compatível com meu jeito.

As dúvidas são grandes, mas poderão ser amenizadas se eu tratar a situação com calma, paciência e usar minha impulsividade e agressividade para combinar um encontro numa data em breve.

Muito provavelmente ela não esteja tão afoita quanto eu, tenho que seguir o step by step.

Beijos, cloud.. Até amanhã, tornando mais um dia especial.